Inserido na Série F do Campeonato de Portugal Prio, atual terceiro escalão do futebol português, o Praiense orientado por Francisco Agatão terminou a primeira fase da prova sem qualquer derrota, conseguindo assim um feito sem igual em todos os campeonatos nacionais. Para a fase de promoção o objetivo é claro – atacar a subida.
Cumpridas as 18 jornadas que compõem a fase regular do Campeonato de Portugal Prio, o Sport Club Praiense, comandado por Francisco Agatão, conseguiu um feito impar entre as equipas que disputam esta divisão – não perder. O feito ganha ainda maior expressão se tivermos em conta que, neste momento, a equipa açoriana é a única em Portugal, entre todas as que jogam campeonatos nacionais, que ainda não conheceu o sabor da derrota.
André Martins, médio de 24 anos, levanta um pouco o véu ao segredo da equipa conseguir tal proeza: “De manhã é uma ventania desgraçada e nós a trabalhar no duro. Muito espirito de sacrifício e união, sempre focados no nosso objetivo que era passar esta primeira fase.” Já o treinador opta por destacar o compromisso dos jogadores, recordando que ao longo dos 18 jogos desta fase houve encontros em que foi possível incutir maior qualidade de jogo, e outros em que foi necessário maior pragmatismo por parte do conjunto que orienta.
Esta é a segunda vez na época que o Praiense vê virado para si o foco das atenções, a primeira foi quando em novembro, mediram forças com o Sporting para a Taça de Portugal em Alvalade. No final do jogo, instado a comentar o resultado (derrota por 5-1) Francisco Agatão afirmou que a equipa havia ficado “um bocado nas nuvens” e que, findo o jogo, era tempo de baixar à terra. Questionado sobre o facto de estes resultados poderem colocar novamente a equipa nas nuvens, o técnico recusa a ideia, afirmando que trabalha com gente humilde e séria que “Querem fazer deste um ano histórico. Não sei se o vamos conseguir, não faço futurologia. No que depender de nós sabemos que nada ficará por dar.”
André Martins é o capitão de equipa e acredita na subida à Liga Ledeman Pro
Apesar dos bons resultados que ia conseguindo, a equipa da Praia da Vitória, só consumou o apuramento para a fase de subida na antepenúltima jornada da fase regular, no terreno do Mafra. André Martins revela que com duas deslocações difíceis ao continente (Mafra e Caldas), entre os jogadores todos pensaram um bocadinho que: “ Às tantas, não era a época de sonho e ia-se perder tudo no fim. Mas correu tudo da melhor maneira e fomos buscar dois empates ao continente e depois os resultados dos adversários também deram certo para a gente ficou garantido.”
Agora, pelo segundo ano consecutivo na fase decisiva da prova, e depois de no ano passado terem falhado o acesso ao play-off de promoção por apenas dois pontos, o objetivo passa por garantir subida à segunda divisão nacional e o treinador é quem dá o mote:” Quando se entra na fase da subida, a permanência está garantida e aquilo que nos interessa é podermos lutar por algo que seja histórico. E que possamos marcar o nosso nome com letras de ouro na história riquíssima do clube.” Uma ideia partilhada pelos jogadores que confessam ter aprendido com os erros da época passada: “O ano passado foi um bocadinho falta de experiência. Este ano já sabemos que, principalmente os jogos em casa são essenciais e os jogos fora, às vezes, o não perder é importante” – conclui o médio André Martins.
Diogo Agostinho