Grande jogo da turma albicastrense, especialmente na primeira metade da partida, onde dominou completamente as operações. Marcou apenas um golo, mas outros ficaram por marcar, mas não se pense que o adversário era fraco…
O S. Martinho mostrou-se incapaz de ombrear com o Benfica e Castelo Branco, não por falta de empenho ou valia, mas sim pela determinação que a equipa de Andriaça transportou para o terreno de jogo. Foi, uma vez mais, o colectivo a sobressair, actuando com raça e virtuosismo, perante um adversário muito incómodo e incondicionalmente apoiado por centenas de fervorosos adeptos, que, face aos primeiros minutos da contenda, acreditavam piamente na eliminação dos encarnados albicastrenses. Na verdade, os primeiros oito minutos foram difíceis para a turma beirã que viu o seu guardião Gustavo ser chamado a efectuar duas defesas com grau de dificuldade elevado, mas, a partir daí, só deu Benfica!
André Azevedo, endiabrado nas alas, abriu o livro, e a defensiva da casa passava por períodos de total desnorte. Aos 8′ o valoroso médio ala obrigava o guarda redes do S. Martinho a grande defesa, que repetiu pouco depois a novo remate albicastrense, e aos 11 minutos só a trave da baliza de Miguel Gonçalves impediu que mais um excelente remate de André Azevedo, que levava selo de golo, acabasse em festejos.
Os da casa pareciam atordoados e não conseguiam sair da teia ofensiva montada pelo técnico de Castelo Branco. Contudo, numa das poucas vezes que conseguiram completar um ataque, quase marcavam. Foi ao quarto de hora, quando Cosme apareceu solto a rematar para grande defesa de Gustavo, que transmitia assim confiança e serenidade aos seus colegas.
Este lance despoletou o que de melhor já vimos fazer esta época aos pupilos de Hugo Andriaça, que, intensificando ainda mais a pressão e velocidade ao jogo, chegava justamente à vantagem. Poucos segundos passavam dos 20′ quando um novo ataque rápido semeou o pânico na defesa de S. Martinho do Campo, com a bola mais uma vez a ser devolvida pela trave, desta feita ficar ao alcance de Tiago Pereira, para este, finalmente, inaugurar o marcador.
A tranquilidade que se fazia notar aumentou exponencialmente, as jogadas rápidas e envolventes eram um constante “ai jesus” para a defesa dos donos do terreno e o Benfica galgava metros com impressionantes cavalgadas que mereciam mais golos. Tiago Pereira teve o bis à sua mercê a quatro minutos do descanso, mas falhou inacreditavelmente esse ensejo a um metro da baliza, atirando por cima!
Para a segunda metade o experiente treinador Jorge Regadas fez duas alterações no seu xadrez, mas nem assim conseguiu equilibrar forças, muito por força da excelente organização colectiva que o Benfica e Castelo Branco exercia. Fruto disso Tiago Pereira voltou a estar na cara do golo seis minutos após o reatamento, desta vez depois de brilhante jogada individual em que ultrapassou três adversários e rematou cruzado, levando a bola atirar tinta ao poste esquerdo do atónito Miguel Gonçalves.
Com as operações totalmente controladas por Andriaça, pouco mais restava aos da casa senão explorar o erro adversário ou o passe para as costas da defensiva superiormente comandada por Ricardo Rocha e Cristiano Pascoal, mas apenas um remate de meia distância, efectuado por Luís Neves e que passou por cima da trave da baliza de Gustavo, criou sobressalto nas hostes albicastrenses.
A 13 minutos dos 90 Fábio Fortes era expulso por acumulação, o que obrigou o treinador do Benfica a alterações no seu modelo de jogo, mas nem isso alterou o cariz da partida. De facto, a vantagem dos homens de Castelo Branco esteve perto de ser ampliada quando Adriano Castanheira se esgueirou pela esquerda e serviu Dani Matos para este ver um defensor caseiro, em cima da linda de golo, substituir o seu guardião e safar para canto.
Os oito (!!!) minutos de compensação dados pelo árbitro foram astuciosamente geridos pelo Benfica e Castelo Branco que assim segue, com toda a justiça, em frente para a 3ª eliminatória da Taça de Portugal.
A arbitragem a cargo de Nuno Roque foi de bom índole, apenas não entendemos os oito minutos de compensação! Se calhar, o árbitro estava a gostar do jogo…
João Perquilhas (RCB-Rádio Cova da Beira)