Rúben Brígido à descoberta da Roménia

Rúben Brígido, de 23 anos, cumpre a sua sexta época como jogador sénior no Otelul Galati da Roménia. Depois de passagens pelo União de Leiria (cidade onde nasceu) e pelo Marítimo, foi para os Balcãs no início da temporada. Uma aventura que o médio ofensivo confessa não estar a ser fácil.
«É um futebol muito físico, de muito contacto e é tecnicamente menos evoluído. Nesta altura, os campos também não estão nas melhores condições, o que não ajuda muito na minha maneira de jogar. Por isso, a minha adaptação tem sido difícil, mas vou tentando aos poucos para me sentir melhor a cada dia», disse a A BOLA.
Uma adaptação complicada, mas que tem sido amenizada pela companhia de outro português. Hélder Tavares chegou ao clube romeno na mesma altura que Rúben Brígido, que admitiu ser uma boa companhia para ultrapassar os momentos menos bons.
«Vivo com o Hélder, ele adaptou-se melhor do que eu. Não nos conhecíamos e criámos uma boa amizade. Mas também me dou bem com os romenos, vivemos muito perto uns dos outros», sublinhou.
Na sua primeira experiência no estrangeiro, ‘o menino de Leiria’ encontrou alguma insegurança no clube, fruto de mudanças na estrutura e de dificuldades financeiras. Uma situação que também dificultou a adaptação.
«Quando cheguei, o clube estava a atravessar um período de alguma instabilidade. Houve nova direção e novo treinador com mentalidade diferente. Houve alguns problemas pelo caminho, o clube também está em insolvência mas, até agora, têm tudo regularizado com os jogadores», revelou.

Duas pré-épocas

O campeonato romeno esteve parado quase três meses, de dezembro a fevereiro. Um facto que é aproveitado pelas equipas para fazer uma segunda pré-época. A comitiva do Otelul Galati viajou até à Turquia e foi aí que Rúben Brígido viveu uma experiência única: «Corremos muito pelas montanhas, no meio da neve. Nunca tinha feito tal coisa, havia treinos que nem tocava na bola!»

Estreia no clube

O primeiro encontro de Rúben Brígido no Otelul foi frente ao campeão Steaua de Bucareste, a 5 de outubro. O Otelul perdeu 0-3, mas o médio confessa ter sido uma boa estreia: «O resultado não foi bom para a equipa mas, pessoalmente, correu bastante bem e tive outros jogos bem conseguidos.»
Em relação à presente temporada, tem sido de altos e baixos, alternando a titularidade com jogos em que tem sido pouco utilizado. No entanto, não quer estabelecer metas para o futuro e pensa apenas em desfrutar das oportunidades: «Vou tentar jogar o máximo que puder aqui e, como no futebol tudo é incerto, no final da época logo se vê.»

Roménia vs. Portugal

Num país onde o ordenado mínimo ronda os 250 euros, Ruben Brígido contou que, apesar das condições climatéricas adversas, uma das virtudes da Roménia em relação a Portugal são os preços baixos.
«Aqui há menos sol, mais frio e o clima é diferente. Mas o custo de vida é mais barato, principalmente nos bens essenciais», disse, ao mesmo tempo que confessa sentir falta daqueles que lhe são mais próximos:
– Tenho saudades da família, dos amigos, mas também já me tinha habituado quando estava na Madeira. Também tenho saudades da comida. Não vou com a regularidade que gostaria a Portugal, estive um mês no Natal, agora só em maio.

Melhor momento da carreira

«A minha carreira ainda é muito curta, mas deu-me muito gosto a minha estreia pelo União de Leiria contra o FC Porto. Foi pelas mãos do treinador Lito Vidigal. Acabámos por perder 4-1, mas lembro-me que fiz a assistência para o nosso golo. Claro que a minha estreia pela seleção sub-20 também foi marcante.»

Orlando Fernandes (A BOLA)

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