A direcção do Clube Atlético Ouriense demitiu-se, na noite de terça-feira, 6 de Maio. 13 dos 14 directores dos órgãos sociais do clube demitiram-se, também, em solidariedade com o presidente João Sousa. A execpção foi o vice-presidente, Carlos Silva, que não esteve presente na habitual reunião semanal da direcção e não se demitiu. Mas sobre o caso, este responsável preferiu não tecer comentários.
O pedido de demissão da direcção ocorreu um dia depois de João Sousa ter garantido ao Notícias de Ourém que não se recandidataria a mais um mandato à frente do Atlético Ouriense. Em entrevista a este semanário, o responsável apontou «motivos pessoais» para não continuar à frente do clube. Foram também estes os motivos apresentados por Sousa a Carlos Batista.
O presidente da Assembleia Geral do Clube Atlético Ouriense confirmou ao Notícias de Ourém ter recebido o pedido de demissão do presidente, primeiro por e-mail, logo após a reunião de terça-feira à noite, e posteriormente, pessoalmente. Carlos Batista corroborou que os motivos apontados são de «ordem pessoal» e realça que esta decisão «é da exclusiva responsabilidade dele (João Sousa)».
A direcção demissionária manter-se-á em funções, até que o presidente da Assembleia, responsável pela marcação de um novo acto eleitoral, convoque novo escrutínio. O presidente e os 13 directores «disponibilizaram-se para assegurar tarefas de gestão do clube», afirmou Carlos Batista. O responsável defende ainda que «não há instabilidade» no clube devido ao vazio directivo que agora se vive na sequência da demissão do presidente e directores e realça que a «direcção é muito unida».
Carlos Batista salienta que gostaria que esta direcção se recandidatasse e aponta o «bom trabalho» com «resultados à vista» para justificar a sua opinião. Já quanto à marcação do acto eleitoral, ele ocorrerá em breve «quando houver condições». O presidente da Assembleia Geral da colectividade adianta ainda que, se não aparecer uma lista no acto eleitoral ainda sem data «esta direcção terá que se manter em exercício até se encontrar uma solução».
Apesar dos motivos apontados por Sousa serem de cariz pessoal, Carlos Batista salienta que vários motivos, relacionados com a vida do clube, poderão ter contribuído para esta tomada de posição. Na sua perspectiva «esta direcção está a passar uma fase difícil» e podem estar a sentir «falta de apoio», nomeadamente a «falta de subsídios suficientes» e a «conjuntura empresarial» que retrai o patrocínio.
No entanto – adianta este responsável – depois de uma reunião tripartida entre presidente da Câmara, presidente da direcção e presidente da Assembleia Geral «saiu uma estratégia para encontrar soluções técnicas e financeiras para resolver o problema» das obras a efectuar no complexo da Caridade. «Foi dada garantia que por duas ou três fases que resolviam o assunto» e, por isso, nada apontava para a demissão da direcção, disse.
Recorde-se que as eleições para eleger uma nova direcção deveriam ter acontecido em finais de Abril, mas o entendimento dos responsáveis foi de adiar o acto eleitoral para o fim da época, já em Maio. O objectivo era não criar instabilidade nas equipas que disputam as diferentes competições.
Notícias de Ourém