Quem não se lembra da guerra entre SAD do UD Leiria, câmara municipal e Leirisport (entidade encarregue da gestão do Estádio Dr. Magalhães Pessoa, entretanto extinta) que resultou da saída da equipa da cidade do Lis para a Marinha Grande? Isso mesmo. Foi em julho de 2011 a decisão tomada pelos dirigentes do clube alegando «intransigência total da Câmara Municipal de Leiria e da Leirisport relativamente à continuidade do clube no Magalhães Pessoa».
Desde então, o estádio construído de raiz para o Euro-2004 tem estado literalmente às moscas. Atualmente, o recinto está a ser utilizado pelo UD Leiria clube – a equipa compete no Campeonato Nacional e Seniores – a par do atletismo, que todos os dias tem largas centenas de praticantes na pista de tartan (única em Portugal homologada pela IAAF – Internacional Association of Athletics Federations) e treinos da AF Leiria, na área da arbitragem.
A BOLA falou com o vereador do Desporto, Gonçalo Lopes, que falou abertamente do passado, presente e futuro de uma construção que já esteve à venda em hasta pública e até teve quem defendesse a sua demolição.
– A utilização é claramente abaixo do que era a expectativa inicial. Contudo, a imagem de Leiria saiu prejudicada com o episódio de uma equipa que abandona a sua cidade e a trocou por qualquer outra. Para que um clube ou organização tenha sustentabilidade e massa associativa tem que conseguir acarinhar a terra onde o seu emblema nasceu e como isso nunca esteve, para algumas pessoas, no topo das prioridade em termos estratégicos, fez com que naturalmente a saída de um clube que tem o nome de Leiria, o emblema de Leiria e o castelo de Leiria para outra cidade que não a sua original fosse prejudicial.
A possibilidade do UD Leiria poder ascender à Liga2 está a gerar grande expectativa e o autarca reconhece que, aos poucos, os adeptos estão a regressar: «Os resultados têm sido positivos e nota-se mais público nas bancadas. Juntos podemos ajudar o UD Leiria a subir de divisão.»
Filipa Reis (A BOLA)