A Naval voltou a viver os tempos recentes em que ombreava semanalmente com as equipas da Liga e, com dois sobreviventes dessa época (Carlitos e João Pedro), merecia ter batido um Beira Mar cheio de novidades no onze.

No regresso à casa onde iniciou a carreira no banco, Ulisses Morais não foi feliz. Aproveitou a prova secundária para lançar alguns jogadores menos utilizados e apenas apresentou de início cinco atletas utilizados de início frente ao Rio Ave, no passado domingo.

O encontro jogou-se, talvez por isso, num plano um pouco incaracterístico, com o relvado a não ajudar em nada o espetáculo, e dificuldades notórias da equipa teoricamente favorita em pegar no jogo e assumir o seu papel dentro das quatro linhas.

Dois técnicos experientíssimos de cada lado, com o bem conhecido Álvaro Magalhães em nova missão na Figueira e um homólogo aveirense não menos tarimbado e adepto das equipas bem organizadas. Talvez por isso o equilíbrio tenha sido a palavra de ordem. Mas só na primeira parte, porque a segunda foi toda da Naval…

Recorde como vivemos o AO MINUTO do jogo

Os figueirenses ameaçaram primeiro, os aveirenses responderam, mas tudo saia muito lento e com pouco propósito. Ainda assim, os visitantes foram criando algum ascendente, terminando a primeira parte mais próximos do golo.

O domínio não teve, todavia, correspondência mesmo já com Nildo e Balboa em campo. A Naval voltou do balneário com mais determinação e encostou o rival às cordas. Carvalhas e Regula quase lograram marcar numa fase em que só havia uma equipa em campo.

Perdeu-se o número de cantos a favor dos da casa, que, face aos problemas recentes (quatro jogadores rescindiram alegando salários em atraso), tinham dois guarda-redes e cinco defesas no banco porque o plantel ficou reduzido a 19 jogadores.

Por falar em reduzido, foi o que aconteceu ao Beira Mar a um quarto-de-hora do fim quando Fleurival, devido a lesão, teve de sair quando Ulisses Morais já havia feito as três substituições.

A Naval continuou a carregar até ao final do jogo, desperdiçando algumas boas oportunidades para marcar, mas quer a falta de pontaria, quer o acerto de Bruno Jorge entre os postes aveirenses mantiveram o nulo. Os figueirenses, no entanto, somaram o 10º jogo consecutivo sem perder.

Estádio: Municipal José Bento Pessoa, na Figueira da Foz.
Árbitro: Marco Ferreira, da Madeira, auxiliado por Cristóvão Moniz e Luís Cabral.

Cartões: amarelos a João Martins (74), Nildo (82) e Tinoco (84).