No jogo da 1ª mão da eliminatória da 2ª fase da Taça da Liga os serranos foram melhores que a Académica de Coimbra, venceram por dois a zero e, pelo que se passou no jogo, bem podiam ter ficado com uma vantagem de três golos para a segunda mão.
A equipa entrou forte, sem receios de estar a defrontar uma equipa de escalão superior, com um sistema táctico que já é uma referência nesta equipa, com os jogadores a não terem medo de ter a bola e com a firme disposição de assumir o jogo. Apesar dos comandados de Pedro Emanuel conhecerem bem os serranos, por já se terem defrontado na pré-época, não conseguiram, em momento algum, contrariar a postura e atitude da equipa de Filipe Moreira.
O Sporting começou por pressionar os jogadores da Académica logo na sua primeira fase de construção de jogo, não deixando que estes entrassem no seu meio campo em situação de poderem criar perigo. Nos primeiros 15 minutos o jogo desenvolveu-se todo ele no meio campo dos estudantes, com o Sporting a tocar a bola de pé para pé, numa clara superioridade de processos. Nesse período, os leões da serra bem podiam ter chegado à vantagem, se Fabrício tem convertido em golo a grande penalidade que sobre ele foi cometida, logo aos 7 minutos. O ponta de lança bateu a bola para defesa de Peiser que voltou a defender a recarga do avançado dos serranos. Dani Matos fez uma segunda recarga, introduzindo a bola na baliza mas já se encontrava em posição de fora de jogo.
O Sporting da Covilhã jogou neste jogo como gosta, com muita posse de bola, com os seus sectores muito unidos e com apoios constantes. O primeiro golo do encontro teve lugar ao minuto 28, com a bola a ser jogada sobre a esquerda, numa transição rápida, combinação perfeita, já dentro da área de Tarcísio e Fabrício, com este a deferir um remate cruzado, colocando a bola no poste mais distante de Peiser. Um lance muito bem gizado e finalizado de forma superior.
Até ao intervalo a Académica ainda tentou reagir mas os seus intentos esbarravam na bem escalonada defensiva covilhanense que taparam todos os caminhos da sua baliza. Jorge Batista, o guardião dos serranos foi, durante os primeiros 45 minutos um mero espectador.
Na segunda parte o jogo já não foi tão bonito, mas também se compreendem os motivos: o Sporting tinha como principal objectivo manter-se em vantagem no marcador e, para o conseguir, teve que aperfeiçoar os tempos de jogo, para o poder controlar como mais lhe convinha. Foi isso que fez. Continuou a ter mais posse e continuou a fazer pressão sobre o portador da bola quando era o adversário que a tinha. Não se deram mal com essa escolha de processos.
A Académica, que tinha que fazer os possíveis para mudar o rumo do jogo, revelava uma enorme falta de capacidade na organização de jogo ofensivo e também não se mostrava nada confortável quando o Sporting embalava para junto da sua grande-área. Numa dessas arrancadas, aos 63’, Fabrício quase surpreendia Peiser, desviando para canto um lance que o avançado serrano não deu como perdido. Dois minutos depois aconteceu o que já estava a ficar previsível. Numa jogada magnifica, desenvolvida junto da área academista, a bola passou vários jogadores serranos, Carlos Manuel, Fabrício, Dani e Pimenta, com este a colocar a bola, qual pivot, na frente de Gilberto, que na passada, atirou para o fundo das redes. Era o coroar de uma exibição quase perfeita dos serranos.
Até final o resultado ainda podia ter sido ampliado, por Ricardo Rocha, que não acreditou que podia chegar a uma bola que Peiser deixou bater à sua frente, depois de um livre lateral, batido por Gilberto. Já em período de descontos reclamou-se grande penalidade, numa queda de Filipe Fernandes dentro da área, mas em rigor não podemos emitir opinião, tal a distância a que nos encontrávamos do lance.
A eliminatória está no intervalo, as duas equipas volta a defrontar-se no dia 31 de Outubro e o Sporting, com esta vantagem de dois golos e com a qualidade que tem revelado, tem todas as condições de passar a fase de grupos da Taça da Liga.
Entretanto, no próximo fim de semana o Sporting da Covilhã joga para a Taça de Portugal, com o Cinfães, no Estádio Municipal José Santos Pinto, um regresso a este estádio em jogos oficiais.
Ficha técnica
Árbitro: Paulo Batista auxiliado por José Braga e Valter Rufo
Sporting da Covilhã: Jorge Batista; Gaspar, Ricardo Rocha, Edgar; Pimenta e Dani Matos; Nené; Tarcísio ( 90’ Gui), Carlos Manuel (87 Filipe Fernandes) e Gilberto; Fabrício (78’ João Rodrigues) .
Técnico: Filipe Moreira
Académica: Peiser; João Dias, Flávio, Hélder Cabral ( 33’ Marinho), Ferreira, Mekelele (55’ Keita), Bruno China, Cleyton, Ngal (66 Ogu), Edinho e Cissé.
Técnico: Pedro Emanuel
Disciplina: Amarelos para Gilberto, Filipe Fernandes e João Rodrigues, no Sporting e Ngal, Cleyton, Ferreira e Flávio, na Académica.