Há uma semana tinha sido a chuva, desta vez foi o vento, fortíssimo, a condicionar uma partida em que o Amiense jogava, talvez, a última cartada para se manter na corrida, caso ganhasse, e o Torres Novas pretendia manter a liderança, embora magra, sobre o Alcanenense.
Mas, apesar destes incentivos, durante o primeiro quarto de hora nada houve a registar: o Torres Novas mostrava-se um pouco mais empreendedor, mas foi só isso. Jogo monótono, sem situações de perigo e sem jogadas dignas desse nome, a bola para cá e para lá a passar-se pela zona do meio campo.
E continuava-se nesta toada quando, à passagem dos 29’, numa jogada de ataque pela sua esquerda, Airton centrou ainda bem fora da área, com a bola a esquivar-se à linha defensiva amiense: surgiu Carioca, em voo, a cabecear para a baliza de André Fojo, que nada podia fazer. Um golo de belo efeito, a premiar um crescendo da iniciativa dos ”amarelos”, perante um Amiense um pouco apagado.
Passados três minutos houve algum frisson quando João Magalhães fugia, rápido e quase isolado, em direcção à área torrejana, mas Fred derrubou-o com uma valente cavacada. O defesa torrejano atirou-se também para o chão de modo a tentar atenuar os intentos de Patrício Pereira, enquanto Magalhães se contorcia no relvado. O árbitro acabou por lhe mostrar um amarelo e o Torres Novas continuou com onze homens em campo.
Quase a fechar a primeira parte foi Cristiano, dentro da área e na sequência de uma enorme confusão, a ter nos pés a possibilidade do empate para os visitantes, mas o remate foi frouxo e pouco convincente.
A segunda parte trouxe mais do mesmo, com o vento a dificultar a manobra das duas equipas. É justo que se diga que o Torres Novas dominou, teve muito mais tempo de posse de bola, carregou às vezes com grande empenho, mas as jogadas saíam mal concluídas, com centros e remates levados pelo vento e sempre para as alturas. João Martins destacava-se na arrumação do jogo dos ”amarelos”, com pormenores de grande valia técnica e boa visão periférica, tranquilizando o futebol dos torrejanos quando ele parecia mais ansioso e desligado.
O Amiense mal saía do seu meio-campo e parecia algo conformado com a derrota e não era capaz de contrariar a supremacia dos torrejanos, que amealharam mais duas ou três situações próximas do golo.
Até que aos 28’ o jogo ficaria sentenciad Carioca foi à linha pela direita, centrou com conta, peso e medida para entrada de cabeça de Pelarigo, que fuzilou André Fojo na cara do guardião torrejano ao serviço do Amiense. Na jogada, André Fojo acabaria por lesionar-se, sendo substituído poucos minutos depois.
Curiosamente, foi depois de sofrer o segundo golo que o Amiense se empertigou um pouco, afastou o cerco torrejano e surgiu meia dúzia de vezes junto da área de Galrinho, algumas delas com perigo.
Mas a história do jogo já estava escrita e o Amiense, curiosamente, parece ter desistido muito cedo de alterar o rumo dos acontecimentos. Quanto ao Torres Novas, soube controlar as operações sem grande dificuldade e, com esta vitória, mantém a liderança da prova e o avanço mínimo sobre o Alcanenense.
Estádio dr. António Alves Vieira, em Torres Novas
Árbitro: Patrício Pereira (AF.Santarém)
CD TORRES NOVAS: Rui Galrinho, Pedro Galrinho, Dani, Ricardo Branco (Miguel Luz), Fred, Pereira, Pelarigo (Miranda), Airton, Fábio, Carioca e João Martins (Martim).
Treinador: Frederico Rasteiro
CD AMIENSE: André Fojo (Nuno Martins); Rodrigo (Soma), Cristiano, Fojo, João Rodrigues, Bruno Ferreira, Moita, Rui Gaivoto, João Magalhães, Ricardo Rei e Miguel Mateus (Moleiro).
Treinador: Vítor Alves
www.jornaltorrejano.pt