Perante uma das melhores assistências da época, já que com o aproximar da decisão pela manutenção, os adeptos unionistas até uma claque formaram de há algumas jornadas a esta parte, com tarjas de incentivo e tudo, respondeu o Cesarense com uma das maiores falanges de apoio das 5 ou 6 equipas oriundas do Norte que fazem parte desta zona centro da 2ª divisão nacional, proporcionando assim um verdadeiro espectáculo ao redor deste encontro entre duas equipas, que lutam desesperadamente pela permanência.
Começou assim por ser um jogo aberto e dinâmico quanto baste, com os dois conjuntos a jogar o jogo pelo jogo, tendo sobrado em emoção e vontade, o que faltou em termos de qualidade e organização colectiva, futebolisticamente falando.
Até porque não é muito normal, marcarem-se cinco golos em apenas 45 minutos. Entrou melhor a equipa de Luís Morgado, tendo inclusive adiantando-se no marcador num golo oportuno de Tamandaré praticamente em cima da linha de baliza, num centro de Bruno Matias.
Ainda duravam os festejos, quando após um passe para as costas da defesa unionista, Toninho restabeleceu a igualdade naquela que foi também a primeira hesitação do guardião serrano. Embora acusando o golo sofrido, mostrando a partir daí alguma intranquilidade, pertenceu á equipa de Luís Morgado a primeira oportunidade de se adiantar de novo no marcador, quando Tamandaré numa bela cabeçada à boca de baliza de Marco, com este a efectuar uma defesa espectacular, evitando assim o golo adversário.
Não marcou a Serra, marcou o Cesarense num lance de puro contra ataque à passagem da meia hora, com o experiente Basílio a marcar o primeiro dos dois golos que marcou, com Róis de novo a ficar mal na fotografia.
O terceiro golo surgiu oito minutos depois em mais um lance de contra ataque conduzido pelo lado esquerdo pelo endiabrado Ricardinho, que proporcionou a Basílio fazer um golo á verdadeiro ponta – de – lança.
Reduziu Pedro Santos ainda antes do intervalo, num lance de insistência, lançando de novo a incerteza no resultado e no que poderia acontecer após o intervalo.
Talvez o empate fosse o resultado mais justo no final dos primeiros 45 minutos, pois pode afirmar-se que com 3 oportunidades, os homens de Chiquinho Carioca, marcaram outros tantos golos.
Ao contrário do que era expectável, a segunda parte foi de longe pior que a primeira. Não que os jogadores e as alterações efectuadas pelos dois técnicos, não tenham resultado, mas devido à classificação das duas equipas e da ansiedade daí resultante. Foram assim 45 minutos de muita entrega e de determinação, mas onde imperou a falta de lucidez, em alguns momentos cruciais do encontro.
Com apenas 12 minutos jogados, Toninho atirou ao poste e aos 62’ Basílio na cara de Róis permitiu a este uma boa defesa com os pés.
Respondeu a União através de Zim aos 78’, que com excelente trabalho tirou um defesa do caminho, mas atirou de forma a proporcionar a Marcos mais uma bela defesa.
Um resultado final que castiga as duas equipas na luta pela manutenção, mas que ao mesmo tempo mantém a ambas a esperança, mas que também aumenta as dificuldades, pois ficam a faltar apenas cinco jogos.
Uma palavra final para o jovem trio de arbitragem que viajou de Lisboa, tendo mostrado valor para chegar longe apesar de um ou outro amarelo que poderia ter evitado.
Campo da Portela, em Santa Catarina da Serra
Árbitro: Rui Ribeiro (AF.Lisboa)
U.SERRA: Róis; Lagoa, (João Magalhães, 45’), Parracho, Marco Aurélio (cap.) e Beto; Nelson Sousa, Miguel Pinheiro (João Martins, 79’) e Pedro Santos; Bruno Matias, (Zim, 58’) Tamandaré e Miguel Neves.
TREINADOR: Luís Morgado
CESARENSE: Marco; Américo, Tiago, Diogo e Hugo; Ruisinho, (Mauro, 85’) Tiago Ferreira e Eduardo; Toninho, Basílio (Joca, 67’) e Ricardinho (Ayirton, 64’).
TREINADOR: Chiquinho Carioca
GOLOS: 1 – 0, Tamandaré (12’); 1 – 1, Toninho (16’); 1 – 2, Basílio (30’); 1 – 3, Basílio (38’); 2 – 3, Pedro Santos, 41’;
Disciplina: Cartão amarelo a Bruno Matias (14´); João Magalhães (34’); Nelson Sousa (66’); Miguel Pinheiro (68’); Róis (74’); Tiago Ferreira (82’); Toninho (90+2).
Virgílio Gordo