Justa repartição de pontos

Um dérbi regional quer-se com golos e emoção. Académica e União de Leiria não deram nem uma coisa nem outra já que o medo de perder foi maior que a vontade de ganharPedro Caixinha, treinador da União de Leiria, queria uma equipa pragmática e compacta a actuar em Coimbra e, em certa medida, conseguiu-o. Os leirienses apresentaram-se muito seguros em termos defensivos, com um bloco baixo que impedia qualquer tipo de veleidades aos avançados academistas.
No entanto, o ataque foi totalmente esquecido e chegou a ser confrangedora a forma como a União de Leiria não conseguiu criar uma única oportunidade de golo em toda a partida, nem conseguiu gizar jogadas que pudessem periclitar as redes de Peiser.
No cômputo geral, viu-se no Estádio Cidade de Coimbra duas equipas que tiveram mais medo de perder do que ambição de ganhar. A Académica porque queria dar continuidade à vitória conseguida em Guimarães e mostrar que a equipa, com Ulisses Morais, tinha ‘crescido’ e encarrilado na senda dos bons resultados.
Pelo lado dos leirienses, Caixinha, com o peso dos maus resultados nas últimas jornadas, montou uma equipa claramente apostada para o nulo.
Poderá questionar-se se uma equipa como a União de Leiria, que até tem pretensões para lutar por um lado europeu, não mostrou falta de ambição para conseguir um melhor resultado mas a reconstrução da equipa que Caixinha tanto apregoa faz com que o técnico leiriense opte pelo pragmatismo ao romantismo.
Quanto à partida, poder-se-á dizer que foi um marasmo de ideias ao longo dos 90 minutos, com a Académica sempre a tentar remar contra a muralha leiriense mas sem demonstrar clarividência para chegar com perigo à baliza de Gottardi.
No entanto, cedo a Académica instalou-se no meio-campo da União de Leiria, com Sougou, ex-jogador leiriense, a ser o elemento com mais dinâmica em campo, tentando sempre explorar a sua velocidade.
O primeiro lance de relativo perigo chegou ao minuto 11, com um cruzamento de Diogo Gomes a não encontrar ninguém na área num lance que poderia ter dado o primeiro golo da partida.
Aos 27 minutos, os jogadores da União de Leiria reclamaram grande penalidade, por mão de Diogo Gomes na área mas o árbitro mandou seguir.
Quatro minutos depois a Académica tem a melhor oportunidade de golo durante toda a partida com Luiz Nunes a cabecear à barra após a marcação de um pontapé de canto.
Chegava-se assim ao intervalo numa partida pouco digna de um dérbi regional que se quer intenso e emotivo. Ingredientes esses que estiveram ausentes da noite fria de sexta–feira, em Coimbra. Apesar de tudo, sinal mais da Académica era até aqui insuficiente para mudar o rumo dos acontecimentos.

Segundo tempo com mais do mesmo

No segundo tempo, a Académica chegou com mais jogadores ao ataque as jogadas de perigo chegavam a tardar. O melhor apontamento foi conseguido por Diogo Gomes, aos 55 minutos, num remate forte para a baliza de Gottardi com o avançado a estar perto do golo.
Na resposta, três minutos depois, a União de Leiria consegue um dos poucos remates conseguidos em toda a partida, com Paulo Vinicius a cabecear com perigo mas o defesa da União de Leiria estava em posição irregular.
A meio do segundo tempo a União de Leiria equilibrou as operações, com o jogo a continuar a ser muito disputado a meio-campo e quase sempre mal jogado.
Até ao final da partida, as substituições e a falta de esclarecimento dos jogadores de ambas as equipas ‘matou’ um jogo que até aqui já se mostrava moribundo com o passar dos minutos a tornar-se penoso para as cerca de três mil pessoas que assistiam à partida.
O jogo acaba com um nulo que espelha bem o que se passou dentro das quatro linhas, com o empate a ser mais saboroso para os leirienses que foram a Coimbra claramente à procura do ‘pontinho’.

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