Em Assembleia Geral da União Desportiva de Leiria, Futebol SAD, reunida no passado dia 10, João Bartolomeu, actual presidente do Conselho da Administração, informou que não irá apresentar a sua recandidatura ao cargo por “falta de apoios e de reconhecimento por parte da Câmara Municipal de Leiria”.
Em consequência da não apresentação de listas aos órgãos sociais para o quadriénio 2011/2014, a mesa da Assembleia Geral, através do seu presidente, João Barreiras Duarte, informou os accionistas presentes que vai proceder à convocação de nova Assembleia, extraordinária, para a eleição dos órgãos sociais, durante o próximo mês de Fevereiro.
Ao Diário de Leiria, João Barreiras Duarte informou que a posição assumida por João Bartolomeu “não terá consequências” já que se vai realizar nova Assembleia, negando fazer “futurologia” em relação a um possível vazio directivo no clube. “A SAD está empenhada em levar o clube para a frente. Não havendo listas, a actual administração continua em funções”, avançou.
Em relação aos motivos que levaram João Bartolomeu a tomar esta decisão, Barreiras Duarte diz “nem concordar nem discordar”, preferindo falar da importância que o actual presidente tem e teve na liderança do clube. “O presidente tem dado um contributo bastante importante para o concelho e para a região, até em termos turistícos, já que Leiria é falado internacionalmente através do seu clube”, acrescentando, ainda, que “não há instituições que organizem eventos desportivos com maior dimensão do que a União”, explicou.
Apesar de tudo, o presidente da Mesa da Assembleia alerta para a necessidade de o clube merecer maior reconhecimento. “Pelo contributo que o clube tem dado à cidade, merecia mais apoio por parte da Câmara e dos cidadãos porque tem sido feito um bom trabalho e há que reconhecer que, sem João Bartolomeu, a União de Leiria não teria a projecção que tem actualmente, nem nunca teria atingido os objectivos que já alcançou”, concluiu.
“Tenho reservas que a União possa existir sem Bartolomeu”
Mário Cruz, presidente do clube e administrador da SAD, esclareceu ainda que a administração pensa “a uma só voz”, saindo em defesa de João Bartolomeu. “Tenho reservas que a União possa existir sem o seu presidente. As pessoas não são eternas mas o clube não estaria onde está se não fosse João Bartolomeu”.
Questionado se o clube tem estabelecido conversações com a CML, Mário Cruz diz que, desde a saída de Leonel Pontes da Leirisport, “há uma aproximação” mas “sem desenvolvimentos”.
Raul Castro, contactado pelo Diário de Leiria, não quis tecer comentários sobre esta matéria.
“O monstro está criado, agora é preciso uma solução”
Quem se mostrou bastante crítico em relação à falta de apoios por parte da Câmara Municipal de Leiria e até mesmo da população e instituições da cidade, foi Mário Cruz, presidente do clube e um dos administra-
dores da SAD. “Entendemos que não existem condições para continuarmos enquanto não houver apoio e reconhecimento do nosso trabalho”, disse Mário Cruz, fazendo igualmente alusão ao contrato assinado entre a Leirisport e a União de Leiria. “O contrato não é bom nem para a Leirisport nem para o clube que não consegue pagar 17.500 euros por jogo. São impossíveis estes montantes”, frisou.
Deixando claro que não foi a União de Leiria que pediu a construção do novo estádio, Mário cruz esclarece que “o monstro foi criado” pelo que há a necessidade de se criar uma solução. “Foi um erro que não pode ser imputado a um clube. As ‘forças vivas’ da cidade têm que decidir se é importante a União de Leiria existir ou não. Se acharem que não, acaba-se com o clube”, sublinhou o presidente do clube, admitindo que a não apresentação de lista para os órgãos sociais “pode criar um vazio directivo”.
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