Jorge Costa deixou de ser treinador da Académica na sequência de problemas do foro familiar. A decisão, aparentemente irreversível, foi ontem de manhã comunicada a José Eduardo Simões tendo o treino da manhã sido conduzido pelos adjuntos. Os dirigentes da Académica foram apanhados de surpresa como aquela decisão e fizeram questão de sublinhar a confiança no trabalho que Costa vinha desempenhando. Todavia, o facto de se tratar de um motivo muito grave a nível pessoal terá deixado os dirigentes da Académica sem margem de manobra. Costa terá admitido mesmo que pretende deixar o futebol.
Oficialmente, a decisão ainda não foi comunicada pelo clube uma vez que os dirigentes querem, primeiro, falar com o plantel, o que deve acontecer no treino de hoje. A rescisão deve ser também formalizada esta semana, ficando os adjuntos – Virgílio Fernandes, Rui Correia e Ricardo Chéu – dependentes do futuro treinador. Já Ferreirinha está de baixa médica há algum tempo (desde o jogo com a Naval) não se sabendo se voltará a Coimbra.
O facto de Jorge Costa andar a ser seguido por clubes estrangeiros (como ontem noticiámos) e o facto da Académica ter sofrido duas pesadas derrotas consecutivas não terão, garantiram ao DC fontes ligadas ao clube, qualquer relação com este desfecho. O treinador estava perfeitamente identificado com a estratégia de José Eduardo Simões e os últimos resultados não estavam a beliscar uma campanha desportiva perfeitamente tranquila.
Natal agitado
A saída de Jorge Costa, no dia seguinte ao despedimento de Rogério Gonçalves na Naval, vem agitar o mercado nesta altura do Natal com as duas equipas do distrito de Coimbra à procura de novo técnico. Os navalistas de um “salvador” e a Briosa de alguém à altura da boa campanha que está a ser feita. Carlos Carvalhal será, apurámos, um dos nomes que estará no topo da lista dos treinadores referenciados pela Académica. Chegou-se a falar no seu nome quando Villas Boas esteve para sair para o Sporting, há pouco mais de um ano, e como o treinador está neste momento sem clube é uma forte hipótese para rumar a Coimbra.
Todavia, nestas matérias José Eduardo Simões não tem sempre seguido o caminho mais “óbvio” como foi o caso da aposta, certa, em Villas-Boas. O clube de Coimbra tem seguido com atenção o trabalho de alguns jovens treinadores e a boa posição em que a Académica se encontra pode permitir uma aposta de maior risco. A ser assim, Pedro Miguel, da Oliveirense, é um dos nomes a ter em atenção, mas também Bizarro, no Sertanense, tem dado nas vistas. Será, todavia, um dossiê que os dirigentes quererão resolver no mais curto espaço de tempo para evitar qualquer tipo de desestabilização no plantel.
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