Na próxima temporada, o Mortágua vai participar pela terceira vez consecutiva no Campeonato de Portugal, depois de ter garantido a permanência no quarto escalão com uma vitória, por 3-2, na Ilha Terceira, casa do Lusitânia. Jerrin Jackie apontou um dos golos, de penálti, e chegou aos seis remates certeiros em 2023/24, sendo o melhor marcador da equipa. Nada de extraordinário se não estivéssemos a falar de um defesa-central, especialista na marca dos 11 metros. “Bato bem, sou positivo, confiante, e assumo a responsabilidade com tranquilidade. Desses seis [golos], também tenho um após um canto”, conta, a O JOGO, naturalmente feliz por ter contribuído para a continuidade do emblema da AF Viseu nos nacionais. “O objetivo sempre foi este e é muito importante termos conseguido. Foi uma vitória algo inesperada, frente a um candidato à subida, mas só demonstrou a mentalidade da equipa”, refere.
Contratado ao Coimbrões no verão passado, o trinitário explica que a insistência do treinador e do presidente o levaram a aceitar o desafio. “O treinador enviou-me mensagens, o presidente também me falou do projeto e fiquei bastante interessado com a possibilidade de poder jogar pela primeira vez num campeonato nacional”, remata Jackie, aludindo às passagens anteriores pelos distritais da AF Aveiro (Canedo) e AF Porto (Coimbrões).
Habituado a morar no litoral português, a serenidade do interior encantou-o. “Não se passa grande coisa em Mortágua e a diferença é mesmo essa, é muito mais calmo do que o Porto. Sinto-me confortável aqui”, comenta.
Nascido em Trindade e Tobago, nas Caraíbas, Jerrin Jackie veio para Portugal em 2019 para jogar nos sub-19 da Associação Länk. “No meu país jogava futebol universitário. Quando a oportunidade apareceu, apesar de ser do outro lado do mundo, não pensei duas vezes, porque é isto que quero”, expõe. O caribenho diz-se “forte nos duelos aéreos” e na capacidade de “lutar pela equipa”, e o maior sonho “é chegar a um patamar profissional”.
João Maia (O JOGO)