São irmãos, primos e amigos chegados, mas quando, no próximo sábado, pelas 16 horas, os jogadores d’Os Águias da Memória entrarem no rinque para defrontar o Óquei de Barcelos sabem que nem a afinidade fará aumentar as chances que têm de ganhar.
No Pavilhão das Colmeias, de um lado estará uma equipa de meio da tabela da 3.ª Divisão de hóquei em patins, absolutamente amadora e com um plantel curto e feito com a prata da casa. Do outro, uma das melhores nacionais, totalmente profissional, inclusive com três campeões mundiais no plantel: os argentinos Conti Acevedo e Danilo Rampulla, detentores do título, e ainda o português Miguel Vieira, vencedor em 2019.
Em causa está um jogo dos 16 avos-de-final da Taça de Portugal de hóquei em patins, uma fase da prova onde o clube da União de Freguesias de Colmeias e Memória jamais tinha chegado.
O treinador d’Os Águias, Francisco Mendes, até já disse no balneário, em jeito de brincadeira, que ganhar “só jogando com os três guarda-redes ao mesmo tempo”. Mais a sério, crê que este jogo será “a melhor aula” para os seus pupilos, principalmente enquanto estiverem “perto no marcador”.
Os jogadores estão entusiasmados por enfrentarem juntos este desafio. No ano passado também encontraram uma equipa do primeiro escalão para a Taça de Portugal, no caso a AD Valongo (4-6), mas desta vez é com a elite da elite.
“Somos todos amigos dentro e fora do campo”, explica João Nuno, o capitão, salientando que a equipa é viabilizada por duas gerações que não querem que o desporto morra na Memória.
“Crescemos todos juntos, jogo com o meu irmão Igor, também há primos e colegas que andaram comigo na escola do primeiro ao 12.º ano”, sublinha o hoquista, de 26 anos. Por isso, todos juntos, querem aproveitar o que de bom poderá ter a partida frente ao Óquei de Barcelos.
“Jogámos contra alguns deles nos escalões de formação. Acredito que demos mais luta na altura do que vamos dar agora. Gostamos tanto de hóquei quanto eles, mas a qualidade vai sobressair. Mas já que chegámos tão longe ao menos que percamos com os grandes, porque fica uma experiência inesquecível.”
Sem haver escalões de formação e com “muito poucos miúdos da aldeia”, acredita que o futuro da modalidade no clube só será possível com um trabalho de captação na escola das Colmeias. Ainda assim, considera que tem havido uma dinâmica diferente e que “a malta está mais interessada”. Mas agora é hora de “desfrutar” com os companheiros de uma vida.
LEIRIA 2022