Natan Costa, treinador do Sertanense deu uma entrevista ao Jornal Fórum Covilhã, onde fala dos planos e objetivos para a nova época desportiva
Que expectativas tem para a nova temporada?
A principal expectativa é que o plano de vacinação nacional tenha algum sucesso e que o calendário competitivo não volte a ser tão afetado por isso. Trabalhar num contexto semelhante ao de 20/21, é extremamente desgastante. Sei que não é apenas no futebol, mas é uma atividade prejudicada de forma especial, no que diz respeito ao planeamento.
Quais os objetivos?
Acima de tudo uma temporada com mais vitórias. Penso que estamos a construir um bom grupo nesse sentido. E que no final, todos os intervenientes diretos deste Sertanense 21/22, possam sair valorizados, assim como o clube.
Esta nova época tem a particularidade de ter a III Liga e o CPP. Qual a sua opinião sobre estas alterações?
A inclusão dum novo patamar competitivo pode trazer maior equilíbrio entre as equipas, na III Liga e no Campeonato de Portugal. Prefiro não opinar publicamente sobre essas alterações. Sinto-me demasiadamente escrutinado para o fazer. Peço-vos desculpa por isso.
Pensa que este ano haverá mais competitividade?
Acredito que sim. Existe sempre, de um ano para o outro, uma profunda alteração nos planteis desta divisão. Nesse sentido é precipitado realizar palpites sobre o que vai ser o rendimento das dez equipas da nossa série. O nome das equipas e dos jogadores dentro de campo… vale zero. Ou pelo menos deveria ser assim. A classificação final é definida pelo rendimento. Ainda este ano vimos históricos do futebol português a baixar aos distritais e outras equipas a vir dos distritais e a surpreender com a subida de divisão. Não me parece que na nossa série existam “tubarões” nem “bombos da festa”. Pode ser uma competição imprevisível.
O Sertanense é um dos clubes mais representativos do distrito. A formação continuará a ser uma aposta forte?
Torna-se difícil a formação ser aposta para o clube e só quem desconhece a realidade pode acreditar que isso é possível. A maior parte dos miúdos chega aos 17 ou 18 anos e abandona esta região, porque vai estudar para o Ensino Superior. É muito difícil conciliar estudos e jogar no Sertanense. Só se eventualmente prosseguirem os estudos no IPCB ou em Coimbra. Depois temos alguns empresários sem qualquer plano desportivo para os miúdos. Como é que se explica que um jovem natural da Sertã, que termina a época a titular no Sertanense, com idade de júnior, sabendo que toda a estrutura confiava nele para a época 2021/22… e nos informa a dez dias de começar a época, que vai jogar para Évora?
E custa digerir isto, porque todos os anos aposto em jovens talentos de 18, 19 ou 20 anos. Mas dou oportunidade a sério, com sequência de titularidade. Não é lançá-los nos descontos para iludir adeptos, direções e porque fica bem para a comunicação social.
O Sertanense continuará a ser um espaço para o jovem jogador ter uma oportunidade para crescer e se valorizar. Seja ele da Sertã, doutra zona do país ou do estrangeiro. E enquanto representarem as nossas cores, devem ser acarinhados e apoiados.
Uma mensagem aos adeptos..
Acima de tudo que possam regressar ao campo. Nada disto faz sentido sem adeptos. Espero que sintam saudades e regressem com energias positivas, para apoiar os rapazes. Faremos sempre o nosso melhor para lhes proporcionar alegrias. E espero que o nosso melhor signifique vitórias com frequência.