O selecionador de andebol feminino manteve a tradicional base de jogadoras convocadas para os dois jogos do ‘play-off’ com a Alemanha, no sábado e na terça-feira, buscando uma inédita presença no Mundial2021.
“Não há ninguém novo para ser integrado neste momento. Trabalhámos muito para chegar aqui e os processos estão completamente consolidados. A escolha recaiu em função do atual momento de forma das jogadoras e perante aquelas que melhor encaixavam face ao adversário que nos calhou. Temos um grupo muito coeso e um real conhecimento de cada atleta”, vincou Ulisses Pereira, em videoconferência de imprensa.
A equipa das ‘quinas’ vai receber as alemãs, campeãs mundiais em 1993 e oitavas colocadas na edição de 2019, no sábado, às 20:30, no Pavilhão Municipal do Luso, na Mealhada, três dias antes do reencontro em Hamm, às 17:30 locais (16:30 em Lisboa).
“Se perguntar a 99% do mundo do andebol, ouvirá que a Alemanha é claramente favorita. Eu concordo, até por ser uma potência mundial, mas, depois de ver os jogos e estudar os pontos fortes e fracos, percebemos que temos hipóteses de fazer uma grande surpresa. Queremos escrever história, embalados um pouco pelo sucesso que o andebol masculino tem tido e nos enche de orgulho, e estamos a dois jogos dessa proeza”, enquadrou.
As laterais Patrícia Rodrigues (Benfica) e Joana Resende (Paris 92) estão ausentes por lesão, mas Ulisses Pereira enalteceu um “grupo que dá garantias” para continuar a “aproximar o país das grandes potências” e procurar “dar agora o salto em frente”.
“O objetivo é ganhar o jogo em Portugal e deixar a eliminatória em aberto para a Alemanha. É uma equipa muito sólida. Não pratica um andebol lindo, mas muito eficiente, tal como em quase todo o desporto alemão. No plano defensivo, são muito fortes, com atletas muito físicas compactas. No ataque, têm excelentes atiradoras dos seis metros, pivôs que causam mossa nas defesas adversárias e sabem jogar rápido”, descreveu.
No lote das 20 eleitas estão Anaís Gouveia (Fuchse Berlin), Isabel Góis (Neckarsulmer), Maria Pereira (Bad Wildungen) e Mariana Lopes (Bayer Leverkusen), todas a atuar na Liga alemã e de regresso às opções de Ulisses Pereira, após terem falhado o derradeiro estágio em Rio Maior, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
“Tenho a mais-valia de jogar contra estas atletas quase todos os fins de semana e sinto que já tenho os meus truques para tentar ajudar ao máximo. Vamos estar prontas e fazer um excelente papel”, apontou Mariana Lopes, na mesma videoconferência de imprensa.
A central, de 26 anos e em plena terceira época em solo germânico, antevê um “desafio realmente grande” para as lusas, considerando que, se “derem o melhor”, até por serem só dois jogos, existe “uma grande possibilidade de alcançarem a vitória e o apuramento”.
“Ao longo do percurso que tenho tido na seleção, sinto que há sempre uma qualificação para depois haver uma outra qualificação. Esta é primeira vez em que sentimos que estamos realmente perto do objetivo que estabelecemos há tanto tempo. O facto de estarmos tão perto já passa a fase do nervosismo, pelo menos para mim”, assegurou.
Apurado ao lado da Turquia, dada a desistência da Finlândia, no Grupo 3 da primeira ronda de qualificação, Portugal iniciou hoje os trabalhos no Centro de Estágios do Luso, visando a presença no Mundial2021, a realizar de 02 a 19 de dezembro, em Espanha.
LUSA
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