De virada e com cabeçadas teleguiadas de Rodrigo, que só pararam no fundo das balizas contrárias. Foram assim as duas últimas vitórias do Beira-Mar no Campeonato SABSEG, que lhe permitem manter-se isolado na liderança da tabela classificativa. “Jardel? Algumas pessoas dizem que sou parecido, mas não gosto muito de comentar esse tipo de comparações”, assume o ponta de lança, que, antes de aterrar em Aveiro, passou pela Tailândia e a Coreia do Sul.
Aos 25 anos, Rodrigo Dias já correu meio mundo em busca de um lugar ao sol no futebol. Formado no Cruzeiro, onde o seu jogo aéreo já era tema de conversa, tentou a sua sorte no continente asiático. Começou na Tailândia, “uma experiência boa”, onde “a cultura, a comida, o futebol e o clima” eram totalmente distintos daquilo a que estava habituado.
Acabaria por se mudar para a Coreia do Sul, mas as coisas não deram certo e Lobão, empresário que liderou a defesa do Beira-Mar na década de 1990, falou-lhe na possibilidade de se mudar para os aurinegros. “O Beira-Mar dispensa comentários e decidi vir. O nível dos jogadores é muito bom. Estou feliz e motivado para subir o clube”, refere o atacante, que parece ter encontrado o caminho das balizas contrárias.
Nos últimos dois jogos do Campeonato SABSEG, Rodrigo ajudou os aveirenses a virar resultados negativos, um feito que é “fruto do trabalho de toda a equipa”. “Estou feliz pelos golos, mas não podemos parar por aqui. Temos de dar continuidade”, acrescenta o avançado, que leva três golos no último par de jornadas, dois deles de cabeça.
“Desde a minha formação tenho essa qualidade na bola aérea, até pela minha estatura e pela minha boa impulsão. Tento posicionar-me bem para, se a bola aparecer, poder fazer golo”, explica. Num país, e num clube, que viu o fenómeno Mário Jardel fartar-se de fazer golos com a cabeça, a comparação é quase imediata, mas Rodrigo não gosta muito dessas coisas.
“Não gosto muito de comentar esse tipo de comparações. O Jardel dispensa comentários. Foi um excelente jogador, que já fez a sua história, mas eu estou numa trajetória em que ainda posso evoluir bastante. Ainda tenho muito que crescer no futebol, mas apenas sonhando em grande posso chegar lá”, remata.