Ibrahim Koneh(ex-Lourosa) vai ter de tomar a decisão mais difícil para um profissional de futebol e abandonar a atividade aos 23 anos. O avançado camaronês que o Boavista contratou este defeso, oriundo do Lusitânia de Lourosa, tem uma doença congénita do coração, de nome clínico válvula aórtica bicúspide. Uma deformação que atinge cerca de dois por cento da população mundial e que, no caso de um jogador profissional de futebol, aconselha a desistência imediata, pois pode provocar a morte do atleta, como já sucedeu em muitos casos por esse Mundo fora.
O problema é difícil de detetar e só foi possível com a mudança do jogador para um clube da 1ª Liga, onde os exames médicos são naturalmente mais rigorosos. A válvula aórtica normal tem três cúspides e uma válvula aórtica bicúspide é anormal e pode evoluir de forma problemática com a influência da intensidade e do volume dos exercícios físicos, levando a uma obstrução da passagem do sangue pela válvula para o coração. O exame de ecocardiograma colorido, o doppler, é um dos que melhor ajuda a confirmar esta patologia e foi isso a que o jogador esteve submetido na semana passada, levando a administração da SAD a tomar a decisão que queria evitar, em consonância naturalmente com o departamento médico e a equipa técnica.
Jornal RECORD