Natan Costa já antevia dificuldades para o Oleiros nos meses de novembro e dezembro. Confidenciou isso aos responsáveis do clube, imediatamente a pesada derrota (4-0) na Madeira com o Marítimo B. São já sete os jogos consecutivos em que não ganha.
À margem da última partida antes desta paragem de três semanas, na Sertã (derrota por 1-0), o treinador, de 38 anos, garantiu que o Oleiros vai reaparecer mais forte na segunda parte da época. A formação do Pinhal está um lugar abaixo da linha de permanência na Série C do CPP.
Está preparado para perder jogadores que tenham sobressaído, mas também para receber. E acrescentar maturidade ao grupo.
O que está a faltar para o Oleiros ter mais pontos na classificação?
“Maturidade e outras soluções. Veja: neste último jogo na Sertã, sofremos o golo no primeiro remate à nossa baliza. Com o Castelo Branco foi logo no primeiro cruzamento. E com o Águeda no primeiro canto. Tem sido isto um bocado da história desta equipa”.
Esta paragem chegou numa boa altura.
“Para o Oleiros não tenho dúvida nenhuma. Temos passado momentos difíceis, muitas lesões estranhas. Perspetivei no Funchal, junto de pessoas com responsabilidade neste clube, que se não houvessem entradas que mexessem com a qualidade da equipa, que trouxessem coisas que o conjunto não tem, como força no espaço aéreo e maturidade, iríamos sofrer nos meses de novembro e dezembro. E isso aconteceu”.
Há algum tempo que pede reforços.
“Há uma grande dificuldade em contratar. Há jogadores insatisfeitos noutros clubes mas não querem jogar no sintético, ou não querem vir para Oleiros, ou estão radicados noutras zonas do país. Normalmente quem aceita jogar nestas zonas são alguns jogadores estrangeiros ou jovens. Mas nós procuramos jogadores diferentes. E não está a ser fácil. Mas acredito que vamos conseguir recrutá-los”.
É ponto assente que vão chegar?
“O Oleiros vai mexer-se no mercado. E vamos reaparecer mais fortes”.
O reinicio do campeonato é em casa com o Mortágua. Um jogo crucial.
“É importante. Mas se nós colocarmos uma carga muito forte em cima dos jogos, se calhar a nossa equipa irá responder negativamente, por ser muito jovem. Recordo-me perfeitamente de estarmos a jogar com o Fornos de Algodres, a fazer um encontro tranquilo e vir alguma agitação da bancada. Intranquilizou imediatamente a equipa. E é assim: não há jogos fáceis. Veja a jornada passada. O Fornos não foi empatar a Águeda? E o Ferreira não foi vencer a Mortágua? O futebol é um pouco isto…”
Como tem visto o comportamento das equipas do distrito?
– “Recentemente ouvi umas declarações do Filipe Moreira, do Sertanense, um treinador muito experiente, sobre o (excelente) campeonato que a sua equipa está a fazer. Percebi, perfeitamente, o que estava a dizer. Porque, às vezes, há alguma ingratidão para os grupos de trabalho.
Depois do jogo com o Castelo Branco destaquei, publicamente, o bom campeonato que estavam a fazer. Mas as pessoas nem sempre reconhecem o grau de dificuldade com que as equipas do interior se debatem. Não é fácil lutar com orçamentos superiores e com outra facilidade na contratação de jogadores. O BC Branco está em 1.º lugar. Está a fazer uma prova excecional. E o Sertanense também. Nós e o Águias estamos na luta, socorrendo-nos um bocadinho da alma dos beirões”.
Preparado também para perder alguém?
“É altamente provável que percamos jogadores. É uma das partes do nosso trabalho que está a se conseguida, a valorização dos atletas. E poderiam ser mais, se tivéssemos um plantel equilibrado. E não temos. Quem vê o Oleiros percebe o que eu estou a dizer. Temos que nos ajustar, reforçar a equipa e perseguir o nosso desiderato”.
Jornal Reconquista