“Quem só sabe de futebol, nada sabe de futebol”

Pedro Santos é o novo treinador do Matamourisquense. Quando estão disputadas três jornadas disputadas, o Matamourisquense soma duas vitórias e uma derrota. O novo treinador concedeu uma entrevista ao nosso jornal, onde também recordou a participação em vários torneios pelo Reguengo.

Que recordações guarda da sua passagem por Angola?

Apenas recordações e algumas histórias incríveis. Uma vez chegamos a um estádio e o balneário tinha mais de dois quilos de carne de porco cortada em pedaços no chão. Uma situação hilariante.

O que motivou o seu regresso a Portugal?

O que motivou o meu regresso mais cedo foi a morte do meu sogro que era a pessoa que me apoiava na minha ausência. Ia buscar as filhas à escola, levá-las ao tênis, entre outras coisas A Carla tem sempre muito trabalho da escola e pouco tempo.

Porque aceitou o convite para orientar o Matamourisquense?

Era uma ambição voltar a treinar e foi com grande satisfação que aceitei o convite do Matamourisquense, um clube que me tratou muito bem quando aqui estive como jogador há 17 ou 18 anos.
Em angola orientei a formação júnior do 1.º de Maio de Benguela e fui treinador –adjunto da equipa principal.

E quais são as expetativas para esta temporada?
As expetativas são simples. Reconhecer o nosso futebol distrital, ajudar alguns dos nossos atletas a serem melhores a todos os níveis. Quero ajudar o clube a ganhar e a ter sempre a vontade de ganhar, que também é muito importante.

O Matamourisquense pode ser a rampa de lançamento para clubes de divisões superiores?

Eu já tive a felicidade de estar em voos mais altos e não sei se quero isso novamente. Nesta fase da vida e como estive fora muitos anos, eu penso que o voo mais alto neste momento é o nosso distrito que tanto adoro.

Em relação ao campeonato quem aponta como candidatos à fase final?

Ainda estou a reconhecer novamente o nosso futebol distrital e ainda só vi jogar duas equipas da nossa série e as duas agradaram-me. Falo da Almagreira e Caseirinhos. O futebol da nossa equipa tem também me agradado. Penso que a nossa divisão já não é como era, as equipas tem melhores condições, melhores jogadores e também melhores treinadores.
As equipas da Zona norte do distrito podem ter uma palavra a dizer. A situação que viveram no verão deu ainda mais força de fazer uma boa temporada.

Há anos atrás representou o Reguengo em vários torneios de futebol de 11. Que recordações guarda?
Quando jogava no Guiense, o Tozé Ribeiro convidou-me para jogar pelo Reguengo em um torneio de futebol de 11, em Almagreira. Como a primeira vez correu tão bem, todos os anos no final da época era convidado para voltar a jogar pelo Reguengo nos torneios de futebol de 11 durante o verão. Fui sempre muito bem tratado por todos no Reguengo.
Ganhei bons amigos no Reguengo e também no Pinheirinho. O Flávio Cruzinha, que é jogador do Matamourisquense, lembrou-me no início da pré-temporada de um golo marcado contra o Pinheirinho em Carnide com” fair-play”. Sinceramente já não me lembrava de tal facto.

Eram tempos em que os moradores das localidades enchiam os campos para apoiar as equipas das suas terras?
Sim. Tenho saudades desses torneios. O povo enchia os campos para apoiar as suas equipas. Era um grande ambiente e no final dos jogos o convívio era espetacular.

Quem é o seu treinador preferido?
O meu treinador preferido é o treinador da Mata Mourisca… (risos). Aprendo muito também com o mestre Fernando Niza, o mestre dos mestres. Quem só sabe de futebol, nada sabe de futebol.

Quais são as suas ambições como treinador?

As minhas ambições como treinador são as mesmas do tempo em que jogava. Criar amizades para a vida e lutar sempre pela vitória e por títulos.

JORNAL O PINHEIRINHO

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