Um erro tremendo do guarda-redes Max acompanhado por uma decisão polémica do árbitro no mesmo lance abriram caminho para a vitória do Feirense em Alcanena, em jogo da III eliminatória da Taça de Portugal, mas a verdade é que a equipa de José Mota teve de sofrer até ao último suspiro do jogo para manter a vantagem mínima sobre a aguerrida equipa da casa que, depois de empatar, deixou tudo o que tinha em campo até ao último suspiro do jogo.

Um jogo que começou a definir-se num lance, aos 25 minutos, quando num atraso para guarda-redes, Max adiantou a bola em demasia, colocando-a à disposição de Platiny. O avançado e o guarda-redes correram um para o outro e o choque deu-se mesmo sobre a linha. Parece que Max toca em Platiny já fora da área, mas Gonçalo Martins não teve dúvidas e apontou para a marca de grande penalidade, de onde Fabinho, com confiança e um pontapé colocado, fez o golo que colocou os visitantes em vantagem.

Um golo muito contestado pelos cerca de trezentos adeptos nas bancadas até porque, até aí, o Alcanenense, aguerrido, já tinha contado com duas oportunidades para marcar. José Torcato não se atemorizou e montou a equipa em 4x3x3, com Patrick e Ragner bem abertos nas alas no apoio ao possante ponta de lança Luís Tavares. Um tridente que colocou algumas dificuldades à defesa do Feirense que procurava sair a jogar, mas sentia dificuldades nas transições, dada a pressão alta exercida pelos homens da casa. Foi dessa pressão que surgiu a primeira oportunidade do jogo, com Ragner a atirar colocado para defesa apertada de Vavá.

O Feirense, por seu lado, entrou em campo paciente, fazendo rodar a bola, à espera de uma falha do adversário que, como já se sabe, acabou por acontecer ao minuto 25. Um onze de José Mota algo conservador, tendo em conta a diferença das equipas, com Ricardo Dias e Cris à frente da defesa e Platiny muito desamparado na frente.

Os visitantes chegavam ao intervalo por cima no marcador, mas com o jogo totalmente em aberto, pelo que a equipa da casa tinha mostrado. O Alcanenense nunca baixou os braços e voltou a entrar com tudo o que tinha para a segunda parte, cerrando os dentes até chegar ao empate aos 57 minutos. Uma transição rápida, com Ragner a lançar Patrick que arrancou sobre a esquerda, antes do meio-campo, galgou vários metros, invadiu a área e bateu Vavá com classe. As bancadas e o monte que espreita sobre o recinto, com mais umas dezenas de adeptos, explodiram em festa.

O Feirense mudou imediatamente o registo, imprimindo maior velocidade ao jogo e colocando o adversário em dificuldades. Num cruzamento de Sony da direita, Etebo, que já tinha dado nas vistas no Rio2016 (quatro golos pela Nigéria), marcou com uma cabeçada, fazendo a bola sobrevoar Vavá e recuperando a vantagem para os visitantes.

Faltavam mais de dez minutos para o final e o Alcanenense ainda foi buscar forças ao fundo do poço para uma última investida. Deu tudo o que tinha e o jogo acabou outra vez com o supersónico Patrick destacado, mas desta vez Vavá defendeu e acabou com a aventura da equipa de Alcanena que, este domingo, defrontou pela primeira vez na sua história uma equipa do primeiro escalão.

FICHA DO JOGO

Estádio Joaquim Maria Batista, em Alcanena
Árbitro: Gonçalo Martins (Vila Real)
Assistentes: Sérgio Jesus e João Bessa Silva
4º árbitro: André Silva

ALCANENENSE 1

 Max; Merich (Peu, 90m), Sandro, Luís Oliveira e Ito; Bruno Santos (Bruno Ferreira, 72m), Faia e Elton (João Rosário, 79m); Patrick, Luís Tavares e Ragner.
Suplentes não utilizados: Francisco, Simão, Peu, Edy e Miguel Miguel..
Treinador José Torcato.

FEIRENSE 2

 Vaná; Sony, Paulo Monteiro, Rocha e Vítor Bruno; Ricardo Dias e Cris; Etebo, Fabinho (João Aurélio, 81m) e Tchami (Karamanos, 59m); Platiny (Semedo, 86m).
Suplentes não utilizados: Peçanha, Barge, Icaro e Tchameni.
Treinador: José Mota.

Ao intervalo: 0-1

Marcadores: Fabinho (26m, gp), Patrick (57m) e Etebo (77m).

Disciplina: cartão amarelo a Max (25m), Elton (45m), Vítor Bruno (48m) e Ragner (89m).

RICARDO GOUVEIA