Toni foi o convidado especial dos 80 anos da AF Castelo Branco

O treinador António Oliveira (Toni) foi convidado da Associação de Futebol de Castelo Branco no aniversário dos 80 anos, celebrado na semana passada, como o nosso jornal noticiou. O português que foi idolatrado no Irão, onde orientou o Tractor, mantém aos 69 anos intacta a paixão pelo futebol.

“Fiz da bola o brinquedo maior. Uma paixão para a vida. Muitos dos sonhos de crianças tornaram-se realidade”, recordou em Póvoa de Rio de Moinhos, onde decorreu a jornada alusiva à efeméride da AFCB.

O homem de Mogofores, aldeia do concelho de Anadia, que chegou a capitão do Benfica, foi internacional A e campeão como treinador nos encarnados, recuou ao passado. Ao tempo do futebol de rua. “Futebol de rua? Hoje não existe. Ou melhor: existe em África e, se calhar, na América Central”. Toni jogava descalço, “numa rua de terra que agora é de alcatrão”. Descalço? “A única marca de sapatilhas que havia era a Sanjo. E nem todos as podiam comprar. Era o futebol do muda aos cinco e acaba aos dez. As sacolas faziam de baliza. Esse tempo acabou. Naturalmente. Devemos guardar as recordações, mas os tempos mudam”.

Para Toni, o interior não pode ser entendido como uma fatalidade para os sonhos futebolísticos de criança. “Foi num pequeno clube do distrital de Aveiro, que o meu sonho começou a tornar-se realidade. Sei que neste distrito há gente competente para acompanhar os jovens. Formam desinteressadamente pela paixão que têm pelo futebol. Formam jogadores e formam homens, cumprindo por carolice uma função social. A essas pessoas o futebol deve um agradecimento”, referiu na tertúlia afeta ao programa de aniversário.

. Na conversa participaram também Silveira Ramos e o árbitro Carlos Xistra. O diretor técnico nacional da FPF conhece a realidade de formação no distrito de Castelo Branco. “Partilho vários momentos na AFCB. Sei o esforço contínuo que é realizado. Sem estas bases o futebol de topo não evolui”. Ou como disse noutro momento da noite o presidente da Federação, Fernando Gomes: “muitos colhem os frutos do que aqui é semeado”.

O árbitro internacional covilhanense aconselha os jovens com menos jeito para a bola e que gostam de futebol a enveredar pela arbitragem: “aconteceu comigo e não estou nada arrependido. Com vinte e poucos anos estão muito a tempo de alimentar o interesse do futebol através de uma carreira de árbitro”.

Para quem trabalha com o futebol de formação, lança um apelo: “sabemos o quão difícil é trabalhar com jovens jogadores. Os árbitros também precisam dessa persistência e paciência”.

Reconquista

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