“O Presidente “arriscou” num treinador sem currículo e ganhou”

O Peniche  alcançou a “dobradinha” esta temporada. O conjunto do oeste do distrito vai regressar aos campeonatos nacionais, dois anos depois. O técnico Pedro Solá numa entrevista ao nosso site falou sobre a presente época desportiva. Nesta conversa Pedro Solá enalteceu o percurso de uma equipa que chegou a estar a 11 pontos da liderança.

Significado da subida de divisão?
A conquista da divisão de honra foi o concretizar de um dos objetivos a que nos propusemos. Assumimos desde o início que esse era o objetivo. Não fizemos disso um objetivo interno, assumimos publicamente antes de começar, que esse era um objetivo. O significado para mim foi de afirmação das minhas ideias e ideais. Precisava de um projeto destes para ser o ano da afirmação, depois da passagem pelo Grap e Alqueidao da serra.

Esteve a onze pontos da liderança.Pensou que a subida já não seria possível?
Fizemos uma pré-época atípica. Treinámos 2 meses com 10 jogadores, por causa da seleção distrital. Obviamente que toda a interiorização do modelo de jogo, o conhecimento dos jogadores em termos técnicos/tácticos/psicológicos atrasou todo um processo inicial. No início do campeonato tivemos três jogadores titulares e que fizeram a pre época com entorses e castigos e que veio condicionar o nosso trabalho. Reformulamos o plantel onde sete jogadores saíram e entraram três, com experiência em novembro. O Pedro Emanuel chegou em Fevereiro.O momento decisivo da época foi quando todos perceberam que a equipa era mais importante que as individualidades.

Qual o momento decisivo para a recuperação da equipa?

No dia 16 de Dezembro, terça feira depois da derrota caseira com o Alcobaça, num jogo onde poderíamos ter goleado, disse a todos os jogadores e presidente que em situações normais seríamos campeões e em situações anormais, também  seriamos campeões. Nessa altura, a equipa já estava de mãos dadas e todos acreditavam. Grande mérito para o Presidente João Viola que acreditou nessa altura em mim, bem como no dia em que me contratou.

Muitos analistas afirmaram que a sua ida para o Peniche foi uma aposta arriscada por parte do presidente João Viola.
O presidente João Viola tinha um dossier sobre mim. O mais simples para uma direção é contratar jogadores e treinadores com currículo. O Presidente “arriscou” num treinador sem currículo  e ganhou.Temos de dar mérito ao presidente porque acertou.

As aquisições de Ricardinho, Paulinho e Pedro Emanuel foram decisivas para a recuperação da equipa?
Obviamente que sim. Trouxeram maturidade futebolística e maturidade humana, que achávamos que era importante além das qualidades técnico/táticas de cada um. Mas uma equipa não depende de dois jogadores, o grupo todo cresceu. Precisávamos de um ponta lança de posse, e fomos pacientes até encontrar o jogador ideal, e esse chegou em Fevereiro(Pedro Emanuel ). De salientar que começamos com um plantel de 24 e encurtámos por opção para um plantel de 20

A conquista da Taça também era um objetivo?
A conquista da taça foi um objetivo cumprido. Fizemos um bom jogo e demonstramos o porquê de termos sido campeões.

A boa segunda volta do Peniche foi decisiva para a conquista do título distrital?

Na segunda volta é quando as equipas se afirmam como conjunto, e quando ganhas a confiança cresce jogo após jogo. O Peniche fez uma segunda volta irrepreensível com jogo casa e jogo fora e a jogar em alguns jogos com dez e nove jogadores.Uma coisa é jogar um jogo fora e  outro em casa com diferentes dimensões e pisos , outra coisa é jogar uma segunda volta sempre em casa. No futebol não podemos justificar os nossos insucessos com os incidentes normais do futebol. Também tivemos o Paulinho castigado com quatro jogos, o Ricardinho com dois  o Luís com dois  e o Pedro Emanuel com um.Por isso,  a análise de alguns analistas têm de ser feita de forma consciente e não com uma análise vaga e no ar e por vezes tendenciosa.

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