Alvarinho em destaque na Polónia após ter conquistado Castelo Branco

Álvaro Gomes é conhecido no mundo do futebol por Alvarinho. Despontou nas camadas jovens do Farense e cumpriu a primeira temporada enquanto sénior no clube da sua cidade natal, que militava na época 2009/10 na extinta 3.ª Divisão Nacional. Uma temporada foi o suficiente para outros voos. Rumou a Paços de Ferreira para cumprir um dos sonhos: a estreia na Liga.
«A estreia aconteceu no último jogo da temporada. Na altura o treinador era o Rui Vitória mas esse ano não me correu muito bem pois tive uma rotura de ligamentos logo no início da época», recorda em conversa com A BOLA.
Sucedeu-se o empréstimo ao Fátima e posteriormente ao Torreense. Clubes onde não dispôs das oportunidades suficientes para confirmar o potencial evidenciado em Castelo Branco, ao serviço do Benfica local. Assinou pelos albicastrenses em 2012 e fez parte de um dos ataques mais temíveis do Campeonato Nacional de Seniores. O trio – Alvarinho, Marocas e João Rui – apontou 29 golos em 18 jogos durante a fase regular de 2013/14, registo que ajudou sobremaneira o Benfica de Castelo Branco a garantir um lugar na fase de subida à Liga 2.
Os golos aliados às boas exibições despertaram o interesse de clubes de patamares superiores mas também aguçou o apetite a equipas estrangeiras. Em dezembro, durante a pausa de Natal do CNS, Alvarinho recebeu um convite de um clube da Polónia para fazer testes e decidiu arriscar.
«Foi muito difícil para mim pelas amizades que fiz no clube. Também por na altura estarmos a lutar pela subida e existir muita expectativa sobre nós. Mas a oportunidade era única e não era nada definitivo. Felizmente correu bem», admite o extremo de 24 anos.
Assinou por duas temporadas e meia com o Zawisza Bydgoszcz e o primeiro ano dificilmente poderia ter corrido melhor. O clube venceu a Taça da Polónia que lhe valeu o acesso à Liga Europa e conquistou no início desta temporada a Supertaça frente ao campeão Legia. Alvarinho apontou um dos golos.
«Tem corrido bastante bem. Não estava nada à espera e são momentos que nunca irei esquecer. Fazer um golo e deixar a minha marca num jogo deste nível é tudo o que um jogador ambiciona. Para além disso, jogámos no estádio do Legia com trinta mil adeptos da equipa da casa. Foi fenomenal.»

Viagem do CNS para a Liga Europa

Seis meses separam o último jogo no Campeonato Nacional de Seniores e o primeiro na Liga Europa. Uma viagem para mais tarde recordar: «Foi muito bom. Jogar nas competições europeias era algo que sonhava e apesar do resultado [afastados pelo Zulte Waregem na 2.ª eliminatória] fiquei satisfeito por mais uma vez entrar na história do clube.»
A língua e o clima foram as principais barreiras num campeonato que assegura ser «mais físico e menos técnico» mas com jogadores de grande qualidade. O valor das equipas não é muito díspar como se pode comprovar pela tabela classificativa onde apenas 9 pontos separam o 16.º e último classificado do 8.º.
«A temperatura mínima que apanhei aqui foi -15º e dizem que foi um inverno quentinho», diz entre risos.
No que toca a alimentação, Alvarinho sente-se em casa. Os pratos tipicamente portugueses são presença assídua na mesa até porque perto de casa existe um supermercado que faz parte de uma cadeia de lojas portuguesa. A presença da namorada também é um ponto a favor. Nos tempos livres é com ela que visita a cidade que dispõe de «bastantes zonas históricas e espaços verdes» para visitar.
E saudades? «Claro que sim!». Aponta a família, os amigos e o…mar como as principais ausências no seu dia-a-dia em território polaco: «Sou do Algarve e estava a ver o mar sempre que queria. Aqui temos o rio mas não é a mesma coisa».

Os fãs polacos que se dirigem a ele…em polaco

A língua é mesmo uma das suas principais dificuldades e aquela que o coloca em situações constrangedoras: «As pessoas aqui na cidade reconhecem-nos na rua e pedem para tirar fotos. Já fui abordado por alguns adeptos e fiquei sem saber o que dizer porque não percebo nada do que dizem. Chega a ser cómico pois devem pensar que sou doido ao não responder nada», conta entre risos.

Liga continua no horizonte

O Zawisza Bydgoszcz encontra-se numa posição delicada da tabela [último lugar] mas nos últimos oito jogos o registo é francamente favorável – seis vitórias consecutivas. Alvarinho tem sido um dos grandes destaques a par dos compatriotas Mica Silva e André Micael. Apesar de se sentir bem na Polónia, o extremo português não esconde que um dos sonhos passa por regressar um dia ao campeonato português.
«Não tenho pensado muito sobre o futuro mas claro que gostava de jogar na primeira liga em Portugal. Afirmar-me no principal campeonato português é um sonho que tenho desde pequeno e espero que um dia surja a oportunidade.»

Rodrigo Coimbra (A BOLA)

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