A Académica, que participou na Liga Europa e pagou um preço alto por isso mesmo no campeonato, continua na Taça de Portugal e preparava-se para garantir um bom resultado no arranque da fase de grupos da Taça da Liga. Empata, ainda assim, mas lamentará a vantagem desperdiçada.
Uma nota intermédia para um dado pertinente, para quem pensou esta competição: segundo os números apresentados pelo clube, estiveram 438 adeptos no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
Jorge Casquilha fez demasiadas alterações no onze, ficando certamente insatisfeito com a prestação de alguns elementos. A título de exemplo, fica aqui o nome de Rafael Lopes. O promissor e determinado avançado português passou ao lado do jogo. Zangou-se com o mundo e consigo mesmo, saindo ao minuto 60, a passo, de cabeça baixa. Nem cumprimentou o seu treinador.
Mas nem tudo se explica pela escassa profundidade atacante. É preciso salientar que o Moreirense apresentou dois laterais com rotinas no clube e, ainda assim, tremeu a cada ataque da Académica pelos flancos. Cissé e Wilson Eduardo foram sempre mais fortes que Ricardo Pessoa e Augusto.
A Académica encarou novo duelo com o Moreirense de forma ponderada. Tal como verificado na Taça de Portugal, Pedro Emanuel apostou num onze sólido, fazendo apenas três/quatro alterações. O núcleo duro manteve-se.
Ao minuto 12, num lance em que o guarda-redes local reclama falta, Halliche dominou de peito na área e atirou para o fundo da baliza. A resposta não chegou em tempo útil. Peiser teve pouco ou nenhum trabalho ao longo da primeira parte, enquanto Ricardo Andrade deu nas vistas com três intervenções de recurso.
Casquilha despertou a equipa ao intervalo, o Moreirense regressou com outra seriedade das cabines mas tremeu após mais um ataque furtivo da Académica. Após canto a seu favor, a equipa local viu Cissé fugir a tremenda velocidade pela esquerda, ultrapassando Ricardo Pessoa. Passe, Wilson Eduardo mais rápido que Augusto e 0-2.
A formação de Moreira de Cónegos cresceu na última meia-hora, procurando compensar o tempo perdido. E conseguiu mesmo repetir o feito da Briosa no campeonato.
Ghilas cabeceou ao poste em jeito de aviso. Pelo meio, a um quarto-de-hora do final, Bruno Paixão surpreendeu a plateia ao encontrar motivo para o segundo amarelo a Nivaldo (75m), por pretenda simulação. Um momento decisivo no encontro.
A Académica, que fizera a terceira substituição pouco antes e perdera Halliche por lesão, remendou a defesa para segurar o resultado. Não conseguiu.
Ghilas, avançado com enorme potencial, fez o 1-2 ao minuto 85 e garantiu mesmo o empate em tempo de descontos, para enorme alegria dos locais.
Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas
Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)
MOREIRENSE: Ricardo Andrade; Ricardo Pessoa, Diego Gaúcho, Ricardo Fernandes e Augusto; Castro (Fábio Espinho, 46m) e Julio César; Pintassilgo (Wagner, 46m), Renatinho e Pablo Olivera; Rafael Lopes (Ghilas, 60m).
ACADÉMICA: Peiser; Flávio, Halliche (João Real, 70m), Reiner e Nivaldo; Keita, Makelele e Ogu; Cissé, Edinho (Saleiro, 61m) e Wilson Eduardo (Marcos Paulo, 72m)
Cartões amarelos: Nivaldo (58m e 75m), Augusto (63m). Cartão vermelho: Nivaldo (75m)
Golos: 0-1, por Halliche (12m); 0-2, por Wilson Eduardo (52m); 1-2, por Ghilas (85m), 2-2, por Ghilas (93m)
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