Nini em busca do sonho no Sporting

Aos 18 anos, Dionísio Humberto Rodrigues Agostinho, natural do concelho de Pombal, soma já no currículo inúmeras experiências no mundo do futebol. Com uma carreira que deu os primeiros passos quando tinha apenas seis anos de idade, na escola de futebol Rosa Náutica, em Quiaios, Dionísio Agostinho orgulha-se de ter alcançado a maioridade com a chegada a um dos três grandes. No Sporting Clube de Portugal, o jogador de futsal não esconde que esta tem sido uma experiência exigente, onde tem de estar sempre “ao melhor nível”, mas garante que o saldo “é positivo”.
Mas a vida desportiva de Dionísio Agostinho nem sempre esteve ligada ao futsal. Os primeiros passos foram dados no futebol de onze, em Quaios, incentivado pelo pai. “Desde muito pequeno que sempre fui habituado a conviver de perto com o futebol, muito graças ao meu pai, que esteve sempre ligado ao futebol e acabou por me passar esse gosto”. Com o passar dos anos, o vício foi crescendo, conta o atleta.
Ainda como jogador do escalão infantil, Dionísio Agostinho trocou a escola Rosa Náutica pela Naval, o que lhe dava possibilidade de competir nos campeonatos distritais de Coimbra de futebol 7. Mais tarde, e já como iniciado, deixou para trás o futebol 7 e ingressou no futebol11. Uma mudança que coincidiu também com uma nova posição em campo. De guardião da baliza, o atleta assumiu, dali em diante, posições mais avançadas. “Troquei a baliza por posições mais avançadas, isto porque era muito baixo e um pouco gordinho para poder ser um bom guarda-redes de futebol 11”, recorda. “Em alguns torneios de verão de futsal jogava à frente e isso também acabou por influenciar a minha escolha, gostava mais de jogar à frente”, reforça.

Do futebol de 11 para o futsal
Mas as mudanças não pararam por aqui. Na transição de iniciado para juvenil, Dionísio Agostinho deixou para trás o futebol 11 e ingressou no futsal. A opção levou-o a mudar-se da Naval para o Instituto D. João V. “Foi uma decisão muito difícil, pois era pouco comum alguém trocar futebol 11 por futsal”, recorda o atleta. “Além disso, jogava com muita regularidade na Naval”, acrescenta, ao mesmo tempo que traz à tona o nome de Rui Gama, professor e treinador de futsal, à época no Instituto D. João V, e a quem se refere como tendo sido o grande responsável por esta decisão. “O professor Rui Gama, que é hoje um grande amigo meu, foi quem me convenceu a tomar esta boa decisão”, sublinha o jogador, que não poupa elogios ao mestre. “É sem dúvida, para mim, uma pessoa muito importante, pois ajudou-me bastante a desenvolver-me enquanto atleta e também enquanto pessoa”. De tal forma que, frisa, “ainda hoje me recordo de todas as suas ‘lições’ e tento sempre aplicar no meu dia-a-dia tudo aquilo que me ensinou”. Para Dionísio Agostinho foram “dois anos excelentes no instituto”, até que a modalidade chegou ao fim na instituição.

Boas recordações da União de Leiria
O fim do Instituto D. João V ditou uma nova mudança na vida desportiva do jovem. A União de Leiria acabou por ser “a minha primeira época numa equipa e num campeonato sénior”, numa altura em que Dionísio Agostinha era ainda júnior de primeiro ano. “Foi uma época da qual faço um balanço positivo mas, no final, ficou a sensação de que podíamos ter chegado mais longe”, salienta, considerando que o clube tinha jogadores com imensa qualidade. Para o jogador natural de Pombal, a época passada no clube do Lis “foi fundamental” para a sua evolução no campo desportivo, “pois eram na sua maioria jogadores muito experientes que me ensinaram bastante, juntamente com o Miguel, um treinador igualmente muito experiente”. O atleta considera que ali se cruzou com as “pessoas certas para a minha primeira época no escalão sénior”.
Felizes coincidências que tiveram como corolário as chamadas para um estagio da Selecção Nacional de Sub-20 e ainda e para um estagio de observação, de duas semanas, para treinar numa equipa da primeira divisão espanhola, a Benicarlo. “No futuro, caso me seja dada nova oportunidade, gostaria de ter uma experiencia mais longa no nosso país vizinho, pois têm um dos melhores campeonatos do mundo, no qual eu ambiciono jogar”, revela o jovem.

Contactos enriquecedores
Para além da possibilidade de evoluir como jogador, Dionísio Agostinho não tem dúvidas de que os clubes por onde já passou o enriqueceram, também, a outros níveis. “Guardo grandes amigos e excelentes memórias por todos os clubes por onde passei”, conta, acrescentando que “conheci pessoas fantásticas que me ensinaram e ajudaram imenso no meu desenvolvimento enquanto atleta e enquanto pessoa”. Para o jogador, “o desporto, em geral, tem este lado muito bom, o de nos dar a conhecer amigos que ficam para a vida e de nos fazer viver experiências que nos fazem crescer, a todos os níveis”
A jogar no Sporting há cerca de dois meses, Dionísio Agostinho mostra-se satisfeito com a nova etapa. Além disso, esta “é a primeira vez que jogo num clube verdadeiramente longe de casa e num clube com a dimensão que o Sporting tem”. Um desafio que encara com “espírito vencedor, de trabalhar sempre no limite”, tal como lhe foi transmitido na nova ‘casa’. “Estou numa equipa recheada de muito bons jogadores e, portanto, está a ser uma experiência muito difícil na medida em que tenho de estar sempre ao meu melhor nível”. Nada que intimide Dionísio Agostinho que faz “um balanço muito positivo”, de tal modo que acredita que a sua evolução enquanto jogador tem sido significativa desde que chegou ao Sporting. “Tenciono trabalhar cada
vez mais para que assim possa evoluir ainda mais e mais”, remata.

Paulo Cesar

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