Apesar da derrota com o Guiense, o CCR Alqueidão da Serra garantiu no sábado o título da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria (AFL) e a consequente subida à 3.ªDivisão de futebol. No entanto, os dirigentes do clube do concelho de Porto de Mós ainda não decidiram se vão entar na prova nacional. É que além de terem de gastar 10 mil euros por época só em taxas de jogo, a próxima época será a última em que será disputado aquele escalão, pelo que o regresso aos distritais será uma inevitabilidade. O problema é que se recusar a subida também não pode ficar na Honra. Segundo os regulamentos da AFL, o Alqueidão da Serra será atirado para o último dos escalões, a 1.ªDivisão Distrital.
“É um presente envenenado”, diz António Carvalho, presidente do CCR Alqueidão da Serra há 12 anos, que entende que a vitória na Divisão de Honra acaba por prejudicar o clube. “As vitórias deviam ser compensadoras, mas esta situação é penalizadora”. Com a reformulação dos quadros competitivos na Federação, o Alqueidão ou fica nos dois primeiros lugares e sobe à 2.ªDivisão, ou desce aos distritais.
A participação na 3.ªDivisão, só em taxas de jogo, custa “cinco vezes mais” do que na honra e não havendo prespectiva de continuidade no escalão, chegou a altura de repensar a situação. António Carvalho não continuará à frente do clube. “Fizemos constar em acta que não nos recanditaríamos. São 12 anos e já tenho 65 anos, é altura de dar oportunidade aos novos e creio que é isso que vai acontecer”.
Para 2 de Junho está marcada a reunião de sócios que ditará o que vai acontecer ao futebol sénior em Alqueidão da Serra. Como está de saída, António Carvalho não adianta cenários. “Vai ser o que os associados quiserem. O meu voto vai valer tanto quanto os outros. Temos é de decidir rápido, para preparar a próxima época. Se recusarmos sabemos que vamos para a última divisão. Se calhar é um prémio por estes anos que andámos no futebol”.
Miguel Sampaio (Jornal de Leiria)