Fernando Niza, de 63 anos, conseguiu a 12ª subida de divisão como futebolista e treinador.
Há 50 anos ligado ao futebol, onde deu os primeiros passos como atleta no SL Marinha, ingressou nos juniores do Benfica e depois representou vários clubes nacionais.Como técnico, contribuiu para as subidas do U. de Coimbra, Arrifanense, Pampilhosa e Anadia.
A mais recente foi a subida do Pampilhosa à II divisão Nacional. onze anos depois de ter levado esta mesma equipa ao mesmo escalão. Anteriormente, tinha ascendido do distrital à III Divisão.
Sobre mais este êxito disse ao ‘ODerbie’: “Teve um sabor especial esta subida de divisão . Começámos bem, fomos líderes durante 12 jornadas, tivemos depois uma fase menos boa mas conseguimos os nossos objectivos que passavam por ficarmos nos seis primeiros lugares e depois atacarmos a subida. Como na época anterior tínhamos descido no Bessa com o Boavista, por um ponto, não continuei. Acabei em Fevereiro por substituir Rui Silva, actual treinador dos juniores da Académica, e terminámos em beleza”, refere.
Sobre o motivo que o levou a regressar ao clube “sem dúvida a grande amizade que nutro por duas pessoas, os irmãos Carlos a Guilherme Duarte duas excelentes pessoas que muito têm feito pelo Pampilhosa”, aponta.
Em termos de continuidade ou não, Niza, foi peremptório: “Há duas épocas estive sete meses inactivo, ponderei acabar a carreira porque estou ligado ao futebol há 50 anos, dos quais 29 como treinador. Sabendo eu que a mentalidade portuguesa é de que aos 50 anos, seja qual for a profissão que exerça, é considerado velho, as dúvidas foram levantadas. No nosso futebol em parte isso acontece, mas noutros países o Marcelo Lippi, Fergunson, Fábio Capello e Trapattoni os dirigentes reconhecem que a experiência é uma mais valia”, frisa.
Niza orgulha-se de ter passado pela era do “Pedroto, Carlos Queiroz, um bi campeão mundial que teve a colaboração de alguns professores supra -sumos e outros foram esquecidos. Agora estou na fase do José Mourinho, com milhares de colegas a dizerem que são outros Mourinhos. Porém, orgulho-me de nessas três fases em que trabalhei ter contribuído para atingir os objectivos pretendidos pelos dirigentes das equipas que dirigi”, remata.

Niza considera-se um dos melhores treinadores portugueses
Niza como futebolista actuou na I divisão nacional em representação da U. de Coimbra. Representou outras colectividades noutros escalões. Como técnico o seu palmarés é invejável e ‘O Derbie’ quis saber algo mais deste cidadão natural de Vieira de Leiria, mas há muitos anos radicado em Coimbra.

1 – Como se define?
Um indivíduo de personalidade muito forte e muito corajoso, não pactuando com subserviências. Talvez devido a esse facto não tivesse atingido como futebolista um patamar que julgo ter merecido.
Posso dizer o mesmo como técnico.

2 – Ídolo da juventude?
Em miúdo, talvez até aos 10, 11 anos era o Matateu. Depois foi o Eusébio.

3 – Clube do coração?
Benfica, que tive o prazer de representar.

4 – Vitória mais saborosa?
Final da II Divisão Nacional, com o Montijo, em Tomar, representando o U. de Coimbra. Vencemos por 2-1 e marquei os dois golos unionistas.

5 – A derrota mais dura?
Em Marvila contra o Oriental numa liguilha de acesso à I Divisão. Fomos derrotados por 1-0 quando o empate já nos servia.

6 – A pior lesão?
Felizmente nunca tive lesões graves.

7 – A selecção portuguesa ideal?
Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Custódio; Meireles e Moutinho; Nani, Nelson Oliveira e Ronaldo.

8 – O melhor treinador português?
Só direi que eu sou um dos melhores.

9 – Ainda aspira treinar uma equipa da I Divisão?Ainda tenho essa esperança. Mas no outro mundo.

10 – O melhor dirigente desportivo que conheceu?Borges Coutinho e alguns com quem lidei mais assiduamente.

11 – País em que gostava de viver?
Não troco Portugal por outro. Há bom tempo, boa comida e é bonito.

12 – Bebida preferida?
Às refeições um bom vinho do Douro.

13 – Político que admira?
Infelizmente nenhum.

14 – Que pessoa mais gostava de convidar para jantar?Angela Merkel

Tuna Caranguejeiro