A saída de João Bartolomeu da SAD do Leiria, oficializada ontem, fará o clube entrar numa nova fase e, apesar de toda a incerteza, quem lá passou vários anos acredita que pode haver um futuro. O JOGO falou com Paulo Duarte e Bilro, cada um com 11 anos de Leiria – vários com a braçadeira de capitão -, e ambos lamentaram o momento leiriense. Mas os dois também não esquecem a parte positiva do trabalho feito por João Bartolomeu.
“O Leiria viveu nestes anos à custa do seu presidente e de vice-presidentes que colocaram o clube num patamar alto do futebol nacional e internacional; vendeu o melhor treinador do mundo e grandes jogadores. Este presidente vai ficar para sempre ligado aos êxitos do Leiria, e a sua saída pode causar danos”, alerta Paulo Duarte. E acrescenta: “O que se está a passar só prova que o clube sempre foi cumpridor e, em duas décadas, nunca se ouviu falar em ordenados em atraso.” Sobre o futuro, lança um desafio: “É altura de dar oportunidade a outros. A porta está aberta, e venham lá aqueles que querem ajudar o clube.”
Já Bilro vê “com tristeza” esta crise, mas também confia numa solução. “Não me parece que as pessoas da cidade deixem que a situação se torne insustentável. Seria um erro deixar o clube cair”, disse o antigo lateral, que até saiu em litígio com João Bartolomeu. “Vivi questões conturbadas com ele, e a maior dificuldade que sempre existiu foi a relação interpessoal. Mas Bartolomeu sempre foi um exímio gestor e tem mérito nas questões financeiras, mesmo se eticamente questionável. Nos últimos dois anos, a situação piorou e há uma imagem desgastada do presidente”, refere Bilro. O antigo atleta diz que “a perda de referências” do clube ajudou também a afastar os adeptos.

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