U.Leiria entrou a perder na fase final de juniores

Um jogo magnífico – em todos os sentidos – do FC Porto banalizou por completo uma equipa do Leiria. E não foram somente melhores: foram avassaladores. Com um nível de posse de bola de fazer inveja ao Barcelona, os dragões rapidamente desmontaram a estratégia defensiva leiriense, e caminharam tranquilamente para uma vitória robusta. Para além da circulação de bola, o que mais impressiona nesta equipa é a sua multiplicidade de soluções: que diferença em relação ao futebol cristalizado da temporada passada! Quanto à performance da União de Leiria, pode-se traduzir no adágio ‘não há maior derrotado do que aquele que logo de inicio baixa a cabeça’. Os leirienses – com muita timidez – expuseram-se de forma imediata, e nunca tiveram argumentos para travar a superioridade portista. Para tal também contribuiu um muito errado sistema inicial de 5x4x1: os centrais foram rapidamente tirados da posição por Rafinha, e a zona central bombardeada pelas entradas dos médios. Seja como for, o sector ofensivo dos leirienses parece ser interessante: os dois alas (Dário e Jardel) mostraram alguma qualidade, o mesmo não se aplicando a Carlos Daniel, que passou ao lado do jogo. Logo de entrada, os dragões impuseram uma estratégia de circulação de bola, com muitas trocas entre os interiores e os alas. Tal acção de jogo provocou o desnorte aos leirienses, que muitas vezes marcando ao homem perderam os seus eixos de referência. O Porto, com um misto de paciência e agressividade, soube encontrar a chave do êxito com inteligência. Para tal também muito contribuiu as acções de recuo de Rafinha: o brasileiro acrescentou-se como mais um elemento do miolo e, mais do que isso, tirou os centrais do seu lugar natural.
E foi uma primeira parte com um Porto a ‘mil à hora’. As oportunidades sucederam-se de forma muito frequente. Aos 6 minutos, Rafinha, bem desmarcado por Christian, deambulou bem para o meio e rematou forte, para excelente intervenção de João Monteiro para canto. No entanto, o leiriense não seria capaz de impedir o golo, que aconteceu logo de seguida: canto de Christian, muita atrapalhação, Ricardo e Hugo Sousa a tentar, e Rafinha, no meio da confusão, a desviar com êxito. O Porto continuou a carregar no acelerador, e Amorim mostrou ser um ‘mestre’ na circulação de bola. O camisola ‘dez’ voltou aos seus melhores dias, e aos 13 obrigou João Monteiro a defesa segura na sequência de um livre. De novo Amorim aos 20 minutos, rematando na sequência de um cruzamento de Romário vindo da esquerda. E novo golo surgiu aos 23 minutos: combinação entre Bacar e Christian na esquerda, cruzamento para o segundo poste e Flávio, de rompante, a finalizar com êxito. A todo o gás, os portistas não demoraram a marcar o terceiro golo, novamente por intermédio de Flávio. Circulação de bola no miolo, Edu a soltar rápido e o extremo, ao segundo poste, a rematar sem hipóteses de defesa. Completamente desnorteados, os leirienses – que não fizeram nenhum remate à baliza no primeiro tempo – continuaram a dar espaços. Aos 35 minutos Christian entrou bem pela esquerda e cruzou para a área onde Rafinha, ligeiramente atrasado, não conseguiu concluir. Adivinhava-se novo golo e, depois de ter feito um “ensaio” bem anulado por fora-de-jogo, Rafinha não perdoou: assistência primorosa de Amorim a isolar o brasileiro que, à saída de João Monteiro, desviou-lhe o esférico e fez o quarto golo. Assim terminou uma primeira parte avassaladora dos dragões, e se sentenciou um jogo com vencedor indiscutível. Na segunda parte, o Porto baixou nitidamente a intensidade do seu jogo, mas ainda assim continuou dominador. Algumas falhas ao nível de concentração permitiram o adiantamento dos leirienses, que tiveram nos 15 minutos iniciais o seu melhor período.
Aos 49, primeiro remate à baliza por intermédio de Luís Pedro, para defesa atenta de Maia. Depois, aos 54 minutos, uma atrapalhação entre Hugo Sousa e Bacar permitiu o tiro, em boa posição, de Marco, que no entanto não acertou com a baliza. E, para completar este ramalhete, a melhor oportunidade dos leirienses, ao minuto 57: livre de Luís Pedro e Maia, a soco, a defender bem. Aplicando a receita inicial, os dragões voltaram ao seu normal. Rui Gomes refrescou a sua formação com a entrada de Fábio Nunes, cuja velocidade desgasta ainda mais uma defesa já por si saturada. Aos 68, Hugo Sousa, na sequência de um canto, esteve perto do golo mas João Monteiro, com os pés, respondeu bem. Todavia, o golo apareceu mesmo aos 69 minutos: incursão de Bacar Baldé pela esquerda, cruzamento rasteiro e o recém-entrado Pipo, em esforço, a desviar para o resultado final. Num jogo em ‘perda’ até ao final, foram os dragões quem estiveram mais perto do sexto golo. Aos 80 minutos, boa jogada de Tozé pela direita e assistência rápida para Pipo que, já na área, disparou por cima após falha de Michael. O dianteiro esteve novamente em evidência pouco depois, mas preferiu o passe para Bacar Baldé quando se encontrava em boa posição para finalizar. E a última oportunidade pertenceu mesmo a Bacar Baldé: canto de Tozé chegado ao primeiro poste e o guineense, pleno de força, a cabecear para golo com Braz, em cima da linha, a negar o golo.
Vitória justa dos dragões, que com esta cimentam a sua posição de sérios candidatos ao título. Já o Leiria terá de fazer muito mais se quiser ‘estorvar’ a caminhada dos grandes. Boa arbitragem de Joaquim Gayo, de Braga.
Centro de Treino e Formação Desportiva Porto-Gaia – Olival

Árbitro: Joaquim Gayo (árbitro principal), Miguel Silva e Nuno Salgado (árbitros assistentes) – Braga

Futebol Clube do Porto: Tiago Maia; David Carneiro Bruno, Hugo Sousa (Capitão), Ricardo Ferreira e Romário dos Santos; Eduardo Silva ‘Edu’, Bacar Baldé e João Amorim(António Carvalho ‘Tozé’, 75 min.); Flávio Moreno (Fábio Nunes, 60 min.), Christian Atsu e Rafael Diniz ‘Rafinha’ (Filipe Barros ‘Pipo’, 65 min.);
Suplentes não utilizados: Samir Badr, André Teixeira, Paulo Jorge Pereira e Joaquim Lupeta;
Treinador: Rui Gomes

União Desportiva de Leiria: João Monteiro; João Faustino, Miguel Rodrigues (Mauro, 18 min.), Braz, Michael e Tiago Peralta; Luís Pedro (Capitão), Marco Grilo (Carlos Wallace, int.), João Valente ‘Jardel’ e Dário Marquês (Baptista aos 83′); Carlos Daniel Teixeira
Suplentes não utilizados: Wilson, Diogo, Carnoto e Hugo;
Treinador: Michael Kimmel

Resultado ao intervalo: 4-0
Resultado final: 5-0
Marcadores: Rafael Diniz ‘Rafinha’ (7 e 41 min.); Flávio Moreno (23 e 30 mins.); Filipe Barros ‘Pipo’ (69 min.)

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