Grande espectáculo resultou num empate

Baralha e dá. Recolhe e volta a baralhar. Parte e dá mais uma vez. Foi ao ritmo de um alucinante carrossel que se jogou o Académica-Beira-Mar. Terminou com três golos em cada uma das balizas, mais dois anulados ao Beira-Mar e, certamente, mais de dez oportunidades flagrantes. O ataque ganhou claramente à defesa este domingo em Coimbra. Quem viu, agradeceu.
A Académica já deveria saber que o Beira-Mar é um visitante que incomoda. Que entra sem pedir licença, pisa a alcatifa, petisca na bomboneira. É uma visita que se mete nos assuntos alheios, que não dá descanso a quem procura uma tarde aprazível no sofá. Com esta equipa aveirense não há vitórias anunciadas.
Este é um dado que, normalmente, só aos grandes é permitido. Os outros conseguem-no, de quando em vez, sendo rudes com quem os acolhe. O Beira-Mar tem-no feito com estilo. Foi assim em Braga, por exemplo. A seguir a F.C. Porto, Benfica e Sporting, é a equipa de Leonardo Jardim que mais pontua fora de casa. Em Coimbra, mostrou porquê, conseguindo o sexto empate da época.
Ameaçaram o trono do rei, foram abanando, abanando e fizeram estragos. Por isso, mesmo que a Académica até tenha marcado logo aos 6 minutos, por Diogo Melo, os aveirenses corrigiram bem aquela falha de marcação. Controlaram os espaços, serviram-se de Djamal para dominar o miolo e lançaram venenosos ataques. Em suma, incomodaram.

Nova corrida, nova viagem

E fizeram-no a ponto de marcar. Primeiro, num falso alarme de Tatu que o bandeirinha, depois de pensar por segundos, anulou. Depois num cabeceamento certeiro de Djamal, após assistência de Artur. Aliás, o golo, que veio a dez minutos do intervalo, foi tão previsível que nem aos adeptos da «briosa», então já a pedir mais da equipa, surpreendeu. Antes disso, tinha disso, já uma bola de Ronny tinha beijado a trave e o altruísmo de Tatu, que tentou o passe quando devia rematar, impedido o golo.
A segunda parte iria começar com nova desfeita visitante. Artur, o melhor em campo, aproveita uma bola que desviou em Berger para fazer o 1-2. Seria a primeira reviravolta. Mas nada estava acabado. A viagem na montanha-russa só agora ia começar. Restava saber quem comandava o carro pelo trilho.
Mesmo que o Beira-Mar tivesse disposto de situações para, quem sabe, selar o jogo, foi a Académica que encontrou o caminho que pretendia, por entre as trocas e baldrocas, de um jogo que começava a ameaçar a insanidade. A Académica, carregava, o Beira-Mar, em contra-ataque, ameaçava emudecer as pouco mais de três mil pessoas que estiveram no Cidade de Coimbra.
Deu Académica. Sougou fez uso da sua típica rapidez para empatar, Addy, à segunda, soltou a festa nas bancadas. Que não seria duradoura. Se nem um golo a frio acalmou este Beira-Mar, não seriam estes golpes a fazê-lo.
Tatu provou isso mesmo, ao anular a segunda «remontada» do jogo. Que adrenalina! Os da casa pediam fora-de-jogo. O lance, na verdade, foi duvidoso. Mas os protestos mudaram de lado, quando, no minuto seguinte e num lance idêntico, o assistente de André Gralha anulou aquela que seria a terceira reviravolta da noite. Foram voltas a mais. Mas, com um nível tão alto de emoção, de certeza que ninguém enjoou

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