Derrota polémica

O Oliveira do Hospital somou ontem o quinto triunfo consecutivo na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra, mantendo-se sem quaisquer derrotas desde 24 de Outubro, dia em que perdeu em casa com o Carapinheirense, precisamente o próximo adversário do líder isolado da competição.
Mas a missão que estava reservada à turma orientada por Paulo Piedade foi bem mais complicada de que os oliveirenses estariam à espera. É um facto que a equipa passou neste complicado teste, mas sem nota elevada. Por culpa própria é certo, mas, sobretudo, pela forma como o Vinha da Rainha se bateu.
Ao intervalo, a vantagem era favorável (e justamente) aos anfitriões. Com muita agressividade e concentração, os homens comandados por Luís Félix souberam defender-se bem das tímidas investidas dos visitantes. E quando chegaram à área contrária criaram sempre perigo, aproveitando também algumas fragilidades defensivas da formação de Oliveira do Hospital que ficou privada, desde cedo, do capitão Paulo Alves – saiu lesionado -, que é a voz de comando da retaguarda.
Depois de terem levado a bola ao poste da baliza de Pantanal, os locais inauguraram o “placard” à passagem do minuto 23: Gonçalo fez um óptimo cruzamento da esquerda e Jó, ao 2.o poste, cabeceou com êxito para o fundo das redes.
O intervalo foi bom conselheiro para os visitantes que, só no derradeiro minuto do 1.o tempo, colocaram realmente em causa a desvantagem no marcador. A diferença exibicional, nos segundos 45 minutos, foi bem melhor e até a forma de jogar foi diferente, com um futebol mais pragmático e menos elaborado.
A incrível perdida de Andrade, quando apareceu na cara de Emanuel, foi uma espécie de aviso para o que aí vinha. Já com o gigante Quim na frente de ataque, o O. Hospital foi empurrando o Vinha da Rainha para a sua grande área, acabando por restabelecer a igualdade, aos 76’, quando o recém-entrado ponta-de-lança executou um bonito chapéu após passe de Guti. A pressão intensa e o futebol mais directo dos oliveirenses voltou a dar frutos e a cambalhota no resultado aconteceu mesmo a 11 minutos do fim, quando Cláudio aproveitou da melhor maneira um ressalto.
Agora no papel de vencido, os visitados ainda tiveram forças para lutar pelo empate final e até o conseguiram, mas o 2-2 acabou por não ser validado. Vavá cometeu uma grande penalidade sobre João Vasco e foi o assistente Ricardo Bonito que fez a sinalética para o castigo máximo. Mário João converteu o penálti, mas o lance foi invalidado. Por aquilo que se percebeu, o facto do jogador ter feito a “paradinha” levou a que o árbitro anulasse o golo e marcasse livre indirecto contra o Vinha da Rainha.
Uma decisão polémica e que motivou uma forte contestação a um “juiz” que não teve vida fácil, também por culpa própria. Por exemplo, no capítulo disciplinar foi demasiado brando, sobretudo na 1.a metade.

VINHA DA RAINHA    1
Treinador: Luís Félix.
Emanuel; Sá, João Filipe, Vitó e André Nogueira; Raúl (Ruben, 87’); Hugo, Gato (João Vasco, 77’) e Gonçalo; Jó e Mário João (cap.).
Suplentes não utilizados: Luís, Fábio, Romeu e André Pinheiro.


OL. HOSPITAL    2
Treinador: Paulo Piedade.
Pantanal; David, Paulo Alves (cap.) (Diogo Almeida, 13’), Cláudio e J.P.; Diogo, Guti e Alex (Quim, 63’); Vavá, Bruno Cardoso e Andrade (Diogo Almeida, 90’).
Suplentes não utilizados: Rafael, Gonçalo, Barbeiro e Mário Jorge.

Campo Vinha da Rainha.
Assistência: cerca de 100 espectadores.
Árbitro: Edgar Correia.
Assistentes: Victor Mendonça e Ricardo Bonito.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: 1-0 Jó (23’), 1-1 Quim (76’), 1-2 Cláudio (79’).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Vitó (39’), Gato (65’), J.P. (69’), Mário Jorge (80’), Diogo Almeida (83’), Mário João (85’), Hugo (87’) e Pantanal (90+5’).

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