Ezenaide do Rosário da Vera Cruz Gomes, mais conhecida como Naide Gomes (São Tomé, 20 de Novembro de 1979) é uma atleta portuguesa, que representa o Sporting Clube de Portugal desde 1998. O seu treinador é Abreu Matos.
Em termos de medalhas, Naide Gomes alcançou ao ar livre, a medalha de Ouro em 2004 no Heptatlo e em 2008 em Valência, no Salto em Comprimento. Em Pista Coberta, alcançou a medalha de ouro nos europeus de 2005 e 2007, no Salto em Comprimento.
Para esta época, ambiciona livrar-se da malapata do quarto lugar nos mundiais e deseja um ano sem lesões.
Expectativas para a época de Pista Coberta?
As expectativas são sempre elevadas. Espero conseguir bons resultados. Vou dar o meu melhor, tanto a nível da Selecção, bem como no meu clube, que é o Sporting
Depois segue-se a época ao ar livre. Quais os objectivos?
Os objectivos são ambiciosos, tal como na Pista Coberta. Vou apostar forte na época ao ar livre. Vou tentar estar presente nos Mundiais, onde espero conseguir um bom resultado. Uma vez mais, prometo que vou dar o melhor, para trazer mais uma medalha para o nosso país.
As infra-estruturas que possuem no Centro de Alto Rendimento do Jamor são uma mais-valia para o atletismo português?
Sem dúvida. Era algo que estávamos necessitados, porque não tínhamos algo assim, em Portugal. Passo muito tempo aqui, onde faço todo o tipo de treino, e tenho também a oportunidade de privar com outros grandes atletas portugueses.
Em Janeiro e Fevereiro vai estar em Pombal a representar o Sporting no Nacional de Clubes. A Pista Coberta localizada em Pombal é benéfica para o atletismo português?
Sim. Este ano, todas as provas vão ter lugar em Pombal, porque a pista de Espinho não está disponível. Se não existisse esta pista, não teríamos local para realizar a época de pista coberta.
O município de Pombal e ADAL (Associação de Atletismo de Leiria) estão de parabéns, pelo contributo que dão ao atletismo Português. Para além disso, Pombal goza de uma boa localização, o que acaba por agradar a todos.
No ano transacto o FC Porto venceu no sector feminino com várias atletas estrangeiras. Como viu esta situação?
Fiquei triste pelo atletismo português. Foi um dia negro, não pela vitória do Porto, mas sim pelo facto de ter alinhado com muitas estrangeiras. Cada clube tem as suas opções, mas penso que isto não voltará a suceder.
Em relação aos Mundiais este ano espera quebrar a malapata do quarto lugar?
Sim. Realmente já é altura de obter outro lugar, porque é a classificação mais ingrata numa competição. Todos sonhamos com as medalhas e ficar tão perto, custa muito.
Qual o estado de espírito de uma atleta quando se prepara para o último salto?
Sentimos uma grande adrenalina, mas penso que todos saltos contam. Dou o máximo como nos saltos anteriores. Depende muito da sorte e do momento.
Sente-se reconhecida pelo povo português?
Sim. Tenho que agradecer o apoio e o carinho que me dão todos os dias. É uma força extra para alcançar mais e melhores resultados.
Qual o segredo para tantos êxitos no atletismo?
Penso que um dos nossos segredos é o facto de sermos muito lutadores. Temos muita força de vontade e damos sempre tudo em prol do nosso país.
Desejos para 2011?
Basicamente desejo um ano sem lesões, porque tenho tido várias e é uma situação muito nefasta para qualquer atleta.
Como analisa a polémica em torno do doping em Espanha?
É uma situação preocupante. Tomar substâncias dopantes é fazer batota. Eu faço vários controlos por ano e sentimo-nos cada vez mais vigiados, no que diz respeito a esta situação.
Qual o momento mais feliz da sua carreira?
Felizmente tive vários. Penso que o principal foi a minha primeira medalha, porque me permitiu acreditar que podia ter uma carreira de sucesso. Espero que, ainda, possa ter vários momentos felizes na minha carreira.
Cid Ramos