Velhos vão os tempos em que a rivalidade doentia fazia parte dos ingredientes destes dérbies. Felizmente esses tempos são passado mas, devemos referir também que, temos presenciado melhores espectáculos entre estas duas equipas. A “massa humana” que moldurou o Afonso Lacerda merecia mais e melhor. Para atenuar, os quatro golos, alguns deles precedidos de excelentes jogadas e finalizadas com requintes técnicos apreciáveis.
Começou melhor a Desportiva, perante um Pedroguense retraído, estático e previsível de esquema e intensões. Como o crime compensa, os dois primeiros remates da equipa forasteira resultaram em golo, deixando atónita e perplexa, não sou a defensiva figueiroense, mas também o próprio público. A pronta capacidade de reacção da equipa anfitriã nas duas situações de desvantagem, foi quanto a nós, o melhor registo deste desafio.
Apesar do forte assédio, a Desportiva não conseguia alterar o rumo dos acontecimentos, esbarrando contra o “paredão” da defensiva de Pedrógão, que no salve-se quem puder, conseguia repelir os descordenados ataques do adversário. Foi com algum alívio que vimos chegar o intervalo, na expectativa de um período complementar mais consentâneo.
A troca de posicionamento das equipas, não alterou o sentido da baliza, ou seja, as equipas apostaram em atacar unicamente as redes a sul, com duas diferenças, é que no derradeiro período, a qualidade de jogo diminui mais ainda e não houve golos.
Para não haver queixumes, no 2º tempo, foi a vez do Pedroguense dominar de forma asfixiante, do mesmo modo que fez o seu adversário, ou seja, sem arte nem engenho. Nesta penumbra exibicional, alguns destaques: João Pedro, não pelo volume,mas pela qualidade, “Zé” Napoleão, apesar do primeiro golo do Pedroguense e “Futre”, dois golos são sempre referência. No Pedroguense, Luís Pedro fez de dois trincos, Jocy é “fino” e aquela impulsão no golo de cabeça diz tudo. Deixamos para o fim aquele que elegemos como o homem do jogo, Flávio.Corpo franzino, mas muito talento, virtuosismo e criatividade. Aquele golo de livre aos 32´é digno dos compêndios. A arbitragen esteve uns furos acima das outras equipas, subsistindo dúvidas no lance da grande penalidade aos 36´. Aos 65´e 74´, foram assinalados dois fora de jogo a Ferraz e João Ribeiro respectivamente que, também nos deixaram muitas dúvidas.
Sintetizando, muito empenho, raça e dedicação, mas pouco futebol e quando tal acontece as equipas são penalizadas. Sendo assim, na impossibilidade de atribuir derrota a ambas equipas, o empate acaba por se ajustar ao que se passou em campo.
Estádio Afonso Lacerda, em Fig.Vinhos
Árbitro: Tiago Rodrigues (AF.Leiria)
FIG.VINHOS:João Pedro; Zé da Mota, Zé Napoleão, Renato e Beto; Tó Alves (Bruno Rosa,79), Rafael (Estêvão, 30′), Mika II (jOão Ribeiro, 67′), Futre, Panzer e Ferraz.
Treinador: Paulo Neves
PEDROGUENSE: Mika; Toni, Alex Amado, Luís António e Sergito; Rodrigo, Luís Pedro e Flávio; Hélder Vaz (Gonçalo, 73′), Nélson (Garfo, 25′) e Jocy
Treinador: Carlos Alegre
Marcadores: Jocy (23′), Futre (26′), Flávio (32′) e Futre (36′)