Quatro triunfos em outras tantas jornadas. É este o início de sonho do Nogueirense que, recém-promovido aos nacionais, está a deixar os adversários de “boca aberta”, liderando isolado a Série D do Nacional da 3.a Divisão e sendo um dos poucos conjuntos a nível nacional que ainda está 100% vitorioso. Além disso, a formação de Nogueira do Cravo tem o ataque mais concretizador da competição com 14 golos, tantos quanto os dos açorianos do Angrense. E onze desses tentos até tiveram como “vítimas” dois emblemas filiados na Associação de Futebol de Coimbra, o último dos quais o Gândara que foi goleado (6-0) no domingo.
E o treinador não poupa elogios aos seus pupilos. «É uma equipa que me dá muito gozo treinar neste momento. Tem grande qualidade técnica e ambição, o que nem sempre se consegue. Eles criam desafios todas as semanas com o intuito de evoluir e tornam mais difíceis as minhas escolhas ao fim-de-semana», disse Pedro Ilharco ao nosso Jornal. E para o jovem técnico, a classificação actual «explica-se por dois ou três factores»: «Pela qualidade do plantel, pela capacidade de trabalho do mesmo e porque jogámos contra algumas equipas que conhecíamos bem e que temos defrontado nos últimos anos. Os resultados dos dois jogos em casa foram fruto da qualidade futebolística da equipa, enquanto os dois encontros fora resultam de algum trabalho, capacidade de sacrifício e de uma grande eficácia nas poucas oportunidades que tivemos».
Ilharco, que aponta o Ac. Viseu e o Monsanto como principais candidatos, admite que o Nogueirense está a surpreender, mas tem «consciência de que isto e só o início». «O campeonato é longo, tem muitas interrupções, o que nem sempre é bom para quem está com dinâmica de vitória», acrescenta.
E o treinador nem pensa sequer em redefinir os objectivos: «O nosso principal propósito é continuar a fazer história e isso passa por manter a equipa nos nacionais, algo que nunca aconteceu. Por isso, queremos amealhar o máximo de pontos para ficar nas seis primeiras posições».Nesta altura, o que Pedro Ilharco não quer é deslumbramentos e, para já, enaltece o papel do grupo que «não tem entrado em euforias», até por causa de experiências anteriores. «Faz parte do meu trabalho evitar que isso aconteça. É uma mensagem que faço passar», concluiu.
Ricardo Sousa (www.diariocoimbra.pt)