Nesta semana fatídica para o Sporting Clube de Pombal, onde a descida à terceira divisão do futebol nacional é uma realidade, não basta pensar em termos futuros mas sim pensar o futuro com base nas experiências passadas.
Se é facto que uma descida de divisão é por si só algo prejudicial para um futuro risonho, tem de ser encarada como ponto de viragem numa estratégia que a seu tempo deu os seus frutos mas que hoje não passa de uma utopia.
Nestes momentos o menos importante é apontar culpados, é tentar arranjar pessoas que por este ou aquele motivo acarretem ás suas costas o peso de uma culpa que terá de ser repartida por todos e não todos apontarem o dedo acusador a um só. O que importa é assumir responsabilidades, e assumir também os erros para que não mais sejam cometidos.
É certo que durante esta época aconteceram “coisas” que tomaram conta do percurso normal a ser seguido. São essas “coisas” que não podem acontecer mais.
É importante aos olhos de um mero adepto ter uma palavra para quem assumiu a responsabilidade de comandar o leme.
Não se pense que é fácil a responsabilidade que caiu aos ombros dos dirigentes no início da época que agora acaba. E este sim é um facto que pesa. O pouco tempo que tiveram para planear de uma outra forma esta época pode muito bem ter contribuído para que este desfecho tenha acontecido. Como disse anteriormente, não se pode fechar os olhos mas sim abrir e reflectir…
E nesta altura os braços não puderam cair, porque se neste primeiro ano as coisas correram menos bem, o clube tem condições naturais para almejar um futuro melhor.
Outra palavra para quem comandou neste ano a equipa de futebol. Da mesma forma que falei da direcção, falo também dos treinadores que passaram por Pombal nesta época.
João Pereira efectuou um trabalho meritório ao longo da sua estadia ao leme da equipa. Não se poderá retirar responsabilidades pois ele teve nas suas mãos a feitura do plantel, mas também não se poderá virar para ele o dedo acusador pois uma equipa, para que possa ser tida como tal, tem de ser um máquina bem oleada para funcionar sem atritos.
Vítor Manuel regressou a Pombal numa altura em que as coisas não estavam bem, foi apanhado no meio da tempestade e não conseguiu trazer para Pombal a bonança. A ele não se poderá apontar muita coisa a não ser não ter conseguido virar o barco. Um treinador tem de ter por trás de si a confiança de todos e não somente de alguns. Será que alguma vez a teve? Fica a pergunta sem resposta, mas com um único pensamento, não se cometa no futuro erros do passado.
Quanto ao futuro e uma vez caído o clube na terceira divisão, porque não aproveitar uma das coisas boas que o clube terá, a sua formação.
O Sporting clube de Pombal tem, nos seus escalões de formação, quantidade e qualidade suficiente para encarar o futuro. Basta procurar ao longo do distrito jogadores que apesar de terem qualidade não encontram espaço no clube.
Para que tal aconteça é necessário também dar condições a que estes jogadores, para que possam crescer de uma forma sustentada. É necessário que a aposta a acontecer seja uma aposta firme e convicta de todos.
Como em todos os momentos maus vejo algo positivo poderá ser este o momento exacto para se dar um rumo certo ao clube e unir os Pombalenses em redor de uma causa e sobretudo em redor do seu clube.
Ricardo Silva (Treinador de futebol)